Maduro inicia campanha na cidade natal de Chávez e jura lealdade

Em meio a um clima de intensa disputa tem início, nesta terça-feira (2), a campanha eleitoral da Venezuela. Chamada de relâmpago, por ter apenas 10 dias de duração, a campanha promete ser agitada. Tanto Nicolás Maduro, candidato escolhido por Hugo Chávez para ser seu sucessor, como Henrique Capriles, seu opositor, deverão visitar neste período diversos Estados do país para angariar votos.

Ola Bolivariana

Nicolás Maduro e familiares de Hugo Chávez contemplam a árvore plantada pelo ex-presidente no pátio da casa em que nasceu, em Sabaneta

O presidente interino, Nicolás Maduro, escolheu Barinas, estado natal de Chávez, para iniciar a campanha eleitoral. Capriles anunciou que iniciaria sua campanha nesta localidade, o que foi recebido como uma provocação pelos militantes e como uma mensagem de violência. Temendo conflitos entre chavistas e opositores, o candidato da Mesa da Unidade Democrática (MUD) recuou e escolheu o estado de Monagas para o pontapé inicial.

Nesta terça-feira (2), a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, pediu que, “diante do delicado contexto emocional, os candidatos evitem provocações e ações que possam prejudicar as eleições”. Lucena informou que todas as auditorias já foram realizadas e anunciou o procedimento que deve ser adotado pelos mesários que acompanharão o pleito presidencial.

Para ajudar na campanha de Maduro, os militantes do Partido Unido Socialista da Venezuela (PSUV), estão realizando a doação de um dia de salário. De acordo com Héctor Navarro, membro da diretoria do PSUV, as pessoas fazem esta doação em nome da militância e da continuidade da Revolução Bolivariana para financiar a campanha e garantir a continuidade do projeto socialista.

De Sabaneta ao Miraflores

Acompanhado por milhares de seguidores, Maduro percorreu as ruas de Sabaneta, no estado Barinas. Seu primeiro gesto, em campanha, foi visitar a casa onde nasceu Hugo Rafael Chávez Frías, de onde pediu unidade espiritual e ideológica no processo revolucionário.

“Temos que nos manter sempre unidos e construir uma direção coletiva e profundamente unida no espiritual e ideológico desta revolução”, disse, ao alertar os integrantes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) sobre os novos planos para dividir a instituição militar.

“Uma saudação a todos os cadetes da Venezuela. Alerta, soldados da pátria, alerta. Querem dividir a Força Armada, querem penetrar com a divisão e a conspiração. Novos traidores andam pairando sobre nossa gloriosa FANB”, advertiu, durante a conversa que teve com os familiares de Chávez.

Ola Bolivariana

Conversa com familiares de Chávez foi transmitida pela Venezuelana de Televisão(VTV)

Durante a atividade, Maduro se comprometeu a não falhar com Chávez nas tarefas que foram encomendadas pelo comandante, relacionadas com a atenção ao povo venezuelano, a construção do socialismo e a consolidação da soberania e independência do país.

“Viemos firmar um compromisso com o espírito vivo dele [Chávez], porque seu espírito está vivo, está mais vivo que nunca, porque ele passou para a vida eterna. Aqui, na terra que o viu nascer, nós viemos ratificar um compromisso que fizemos com ele em vida e que ratificamos pelo resto do tempo que nos falta de vida”.

Maduro se comprometeu a cumprir as linhas definidas no Plano da Pátria, criado pelo líder da Revolução Bolivariana e que, segundo Nicolás, é o testamento de Chávez para o povo venezuelano.

Maduro lidera todas as pesquisas

As pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento, revelam que Maduro deve ganhar a eleição com até 23 pontos de vantagem sobre Capriles.

A mais recente, realizada entre 18 e 23 de março e divulgada nesta segunda-feira (01/04) pelo GIS 21 (Grupo de Investigação Social Século 21), indica que o presidente interino conta com 55,3% das intenções de voto, contra 44,7% de seu principal opositor.

No domingo (31), pesquisa do Ivad (Instituto Venezuelano de Análises de Dados) deu ao candidato chavista 53,8% dos votos, enquanto Capriles teria 30,8%.

Veja o especial do Vermelho sobre as Eleições na Venezuela

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva