Reforma política: falta de consenso pode adiar votação

A reunião da base aliada, na manhã desta terça-feira (9) destacou divergências entre os partidos sobre a reforma política e pode produzir o adiamento da votação matéria. Os líderes da base do governo destacaram que não há consenso nem mesmo entre a base governista. O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu que o Executivo não tem expectativa de que sua base entre em acordo sobre todos os itens.

Reforma política: falta de consenso pode adiar votação - Agência Câmara

“As estratégias são partidárias. Cada partido tem suas convicções ou ideias”, disse Chinaglia, para quem o tema não é de base do governo ou de oposição. “Seja na base, seja na oposição, há opiniões distantes”, afirmou. “Existe um clamor na sociedade e no mundo político em relação à reforma política, mas cada um defende uma”, completou.

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Manuela: PCdoB defende uma reforma que transforme a política brasileira

Segundo ele, o assunto deve ser tratado na reunião de todo o colégio de líderes, que acontece à tarde. “Só no colégio de líderes saberemos se há algum ponto de acordo”, salientou.

“Para mim, a pauta política da semana subiu no telhado”, disse o líder do PT, deputado José Guimarães (CE). Na visão do parlamentar, a reforma política deve ser discutida de forma global. “Ou se discute ela na sua inteireza ou não se faz reforma, senão a reforma será um arremedo”, opinou.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Manuela d´Ávila (RS), defende que a votação da matéria comece com a discussão da PECs sobre financiamento público exclusivo de campanha e o sistema eleitoral com debate sobre lista fechada ou flexível ou sistema misto.

Já o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), enfatizou que o Partido é contrário ao relatório elaborado pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS) e que não assinará requerimento de urgência que possibilite a votação da matéria pelo Plenário.

Fontana tem defendido que a votação da reforma política se inicie pelo projeto, que inclui o financiamento público exclusivo de campanha. De acordo com Cunha, o PMDB é favorável somente às duas propostas de emenda à Constituição (PECs) incluídas na reforma, que versam sobre o fim das coligações e a coincidência das eleições.

Da Redação em Brasília
Com agências