Mais um jornalista é executado em Ipatinga; ministra lamenta

O repórter fotográfico Walgney Assis Carvalho, de 43 anos, foi morto a tiros na noite deste domingo (14), em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, região Leste de Minas Gerais. A ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, lamentou pelo Twitter, na manhã desta segunda-feira (15), lembrando que há pouco mais de um mês, outro jornalista do mesmo veículo foi executado.

Pela rede social twitter, a ministra Maria do Rosário comentou "Mais um assassinato de profissional da comunicação, no Vale do Aço. Em Coronel Fabriciano, fotógrafo com muitas informações sobre casos. Não é possível". A ministra ainda completou depois que conversou com o governador Antonio Anastasia (PSDB). "Quinta-feira conversei com Governador Anastasia sobre o assassinato de jornalista Rodrigo em Ipatinga. Quando ocorreu, ele designou um delegado especial", registrou a ministra.

Walgney Carvalho fazia fotos de ocorrências policiais para o Jornal Vale do Aço de Ipatinga, o mesmo no qual trabalhava o jornalista Rodrigo Neto, que também foi morto a tiros em 8 de março na Avenida Selim José de Sales, no bairro Canaã.

A reportagem de um portal regional compareceu ao local alguns minutos após o fato e coversou com populares.

Algumas pessoas relataram que Carvalho chegou ao Pesque e Pague São Vicente, no bairro de mesmo nome em Coronel Fabriciano, por volta das 22 horas. Ele teria deixado sua motocicleta estacionada alí e voltava para pegá-la após ter ido com alguns amigos para a localidade conhecida como Cocais. Logo que chegou, o repórter pediu que lhe fosse servida uma dose de cachaça e um porção de carne cozida. Em seguida, sentou-se em uma mureta que contorna um pequeno tanque de peixes para comer.

Ainda segundo as declarações dos populares, decorridos cerca de 30 minutos, um indivíduo aparentando ter 1,70 metros de altura chegou ao local em uma motocicleta Honda NXR, de cor preta. O homem teria dado a volta por trás e ao se aproximar de Carvalho disparou três tiros.

A perícia da Polícia ainda não tinha chegado ao local, mas a reportagem do lugar pode constatar que ele fora atingido por dois tiros na região da cabeça.

Breno Brandão, editor do jornal, confirmou que o fotógrafo prestava serviços já há muitos anos para o Jornal Vale do Aço. “Ele trabalhava sim para o Jornal Vale do Aço, mas não de forma exclusiva. Ele era freelancer e também trabalhava como fotógrafo para a Polícia Civil da região”, disse.

O trabalho de Carvalho para a Polícia era fotografar cadáveres durante a realização da perícia técnica.

O delegado Emerson Morais, que veio de Belo Horizonte para presidir o inquérito de apuração da morte do jornalista Rodrigo Neto, esteve no local com outros delegados da região na condição de oferecer um apoio.

O delegado Amaury Albuquerque da Delegacia de Polícia Civil de Coronel Fabriciano disse que diante da gravidade do caso não se pronunciaria e que deverá convocar uma entrevista coletiva para esta segunda-feira (15).

Polícia Militar fala sobre o caso

O Capitão Luciano Reis, da Polícia Militar contou que já existe um suspeito de ser o autor do crime. Seria o homem mencionado por populares.

O capitão acrescentou ter colhido depoimentos de que o indivíduo teria estado no local por três vezes, algumas horas antes, como se estivesse aguardando a volta do repórter para executá-lo.

Com informações do Portal Plox e Twitter