Conselho de Ética instaura processo contra deputado tucano 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara se reúne nesta quarta-feira (17), para instaurar processo disciplinar contra o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), acusado de ter relações com o contraventor Carlos Augusto de Oliveira Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O processo foi encaminhado pela Mesa Diretora da Câmara. 

O parecer do relator do procedimento administrativo, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), pediu a abertura de processo disciplinar contra Leréia por entender que houve quebra de decoro parlamentar nas suas relações com Cachoeira. Os integrantes da Mesa aprovaram unanimemente o parecer, em 19 de dezembro passado.

Segundo Goergen, “a relação comercial, com ganhos, entre Leréia e Cachoeira não é compatível com o mandato parlamentar”. De acordo com o relator, Leréia teria alertado Cachoeira sobre uma investigação policial em trânsito, além de o parlamentar possuir uma aeronave em sociedade com o contraventor e usar telefone e cartão de crédito de propriedade de Cachoeira. Ele ressaltou ainda que Leréia não negou a relação.

Goergen afirmou que a conclusão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira sobre a não responsabilização criminal do deputado Carlos Alberto Leréia não alterou suas convicções sobre a quebra de decoro parlamentar.

A CPMI de Cachoeira rejeitou o relatório oficial, do deputado Odair Cunha (PT-MG), que pedia o indiciamento ou a responsabilização criminal de 37 pessoas, entre elas o deputado Carlos Alberto Leréia. “A CPMI nasceu para não dar em nada”, opinou Goergen. “Tenho a satisfação de ser relator do único caso que avançou envolvendo Carlos Cachoeira”, completou.

Goergen recomendou a cassação de Leréia, mas a decisão sobre a quebra do decoro parlamentar e a pena aplicável caberá ao Conselho de Ética. “Enquanto existir o voto secreto, temo que a cassação possa não ocorrer”, destacou o relator.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara