MST marcha em Brasília pelo fim da impunidade no campo

Cerca de 500 integrantes do MST marcham pela Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (17) em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Os Sem Terras, acampados no Acampamento Nacional Hugo Chávez, farão uma homenagem aos 21 Sem Terras mortos no Massacre de Eldorado dos Carajás, que completa 17 anos.

MST marcha em Brasília - Antonio Cruz/ABr

“Lembramos os mortos do massacre de Eldorado dos Carajás e, ao mesmo tempo, denunciamos a paralisação da Reforma Agrária no Brasil. São 150 mil famílias acampadas e o Governo parou a política de criação de assentamentos, mesmo existindo mais de 69 mil grandes propriedades improdutivas no país, que controlam 228 milhões de hectares de terra (IBGE/Censo de 2010)”, afirma Diego Moreira , integrante da coordenação nacional do MST.

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O protesto se estendeu ao STF e o Ministério da Justiça. Atualmente, 193 áreas se encontram com processos judiciais que impedem aquisição pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). São mais de 986 mil hectares de terras, em todo o país, que dependem da Justiça para a sua liberação para a Reforma Agrária.

“O processo de aquisição de terras para a reforma agrária é lento, porque se transforma em uma disputa judicial pela falta de instrumentos do Incra, mas também pela posição do Poder Judiciário de proteger o direito da propriedade acima da necessidade de cumprimento da função social, como manda a Constituição Federal de 1988”, completa Diego.

Além de lembrar os mortos, os manifestantes pedem agilidade no processo de reforma agrária. Segundo o movimento, há em todo país150 mil famílias acampadas e 69 mil grandes propriedades improdutivas.

Durante a manhã, a Comissão de Direitos Humanos do Senado também realiza audiência sobre os conflitos agrários e a impunidade no campo. Segundo o MST serão doadas, na Rodoviária do Plano Piloto, duas toneladas de alimentos cultivados sem agrotóxicos para a população. Os produtos, entre eles mandioca, batata doce, quiabo, feijão de corda, abóbora e abobrinha verde são de assentamentos e acampamentos do Distrito Federal e Entorno.

Informações do Portal do MST e da Agência Brasil