Superação do atraso e a participação dos movimentos sociais

 

Flávio Dino conversa com movimentos sociais de todo o estado
A construção de um novo modelo político mobilizou diversos representantes de movimentos sociais durante encontro em São Luís. Num debate que reuniu representantes de classe de diversas regiões do estado, os movimentos sociais destacaram os principais problemas do Maranhão e reivindicaram um novo modelo de gestão que transforme os indicadores sociais e a qualidade de vida do povo maranhense.

Representantes da luta por moradia, do cooperativismo, da causa sindical, da juventude, do movimento negro, da força sindical, da luta das mulheres, do associativismo e dos que lutam pela democratização dos meios de comunicação marcaram presença durante o evento e mapearam os principais problemas do estado.

O evento significou a oportunidade de relatar os problemas do estado, buscando soluções viáveis para a elaboração de um projeto de mudança.

Todas as reivindicações e relatos apontaram para o cenário de tensão no campo em função das lutas agrárias; para o fenômeno migratório dos jovens que buscam oportunidades; para os casos de grilagem de terra; para a escassez de políticas públicas voltadas a pesca e a agricultura; para a falta de oportunidades e emprego; para os inalterados dados da educação; para as dificuldades dos conselhos tutelares; para a falta de acesso a um sistema de saúde de qualidade; e para os problemas de acesso à moradia.

Diante do levantamento destes problemas, os movimentos sociais propuseram uma reflexão sobre a falta de políticas públicas estaduais, pontuando que todos os avanços do estado nos últimos anos foram resultado dos investimentos e programas federais.

Rose Marie, representante da Fetaema, lembrou que a maioria do povo maranhense reside no meio rural e que “o estado vive uma realidade de muita violência no campo, de inúmeros despejos, de vários casos de grilagem de terra. Os problemas sociais no campo possuem uma proporção muito maior do que no meio urbano. A reforma agrária no estado não avança e os anseios dos trabalhadores rurais só aumentam. Por isso, é fundamental nos mobilizarmos pela mudança”.

Representantes da sociedade civil também participaram dos debates. “Viemos para ouvir. A princípio nosso sindicato achava que não deveria se envolver na política partidária, mas não podemos ficar de fora dessa dinâmica por conta das articulações e mobilizações que podem transformar a nossa realidade. Em Imperatriz sofremos com um único hospital público, que não atende às necessidades e ao contingente da população”, revelou a secretária geral do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde da Região Tocantina, Francineide Alves, que veio de Imperatriz, especialmente para a reunião.

A professora da UFMA Neide Ferreira, do Conselho Regional de Biblioteconomia e representante do movimento das mulheres lembrou as inúmeras dificuldades do estado na difusão do conhecimento.

“Os municípios maranhenses não tem o que seria o mínimo em termos de bibliotecas, esses espaços são fundamentais na difusão do conhecimento. Embora os investimentos federais sejam elevados no quesito educação, os dados revelam que o nosso estado avançou muito pouco ou quase nada. Os investimento em políticas de informação e em bibliotecas, ainda são escassos, mas não se pode pensar em desenvolvimento, sem pensar na informação e no conhecimento, essas questões são essenciais dentro de um projeto de mudança”.

Gersan Pinheiro, diretor da Unegro (União de Negros pela igualdade), destacou que “o encontro com movimentos sociais permitiu um debate para a construção de propostas de um novo governo no Maranhão, ao mesmo tempo, avaliando a atual situação e os instrumentos de ação do atual governo no relato daqueles que realmente estão inseridos na massa”, e continuou “pela primeira vez precedendo um ano eleitoral temos a oportunidade de conversar sobre o Maranhão e as nossas necessidades com aqueles que pretendem se candidatar majoritariamente”.

Fonte: Da Redação Vermelho