Diferenças sociais crescem na França durante a crise

O nível de vida dos setores menos favorecidos na França se deteriorou devido à crise econômica dos últimos anos, enquanto os mais ricos melhoraram sua posição, revela um estudo oficial difundido nesta quarta-feira (24), em Paris.

A pesquisa intitulada "Rendas e patrimônio dos lares" foi realizada pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee) e mede o impacto das perturbações de acordo com os diferentes estratos da sociedade.

A partir de 2010, assinala o texto, as diferenças na distribuição da riqueza nacional aumentaram, para favorecer aos que possuem mais recursos.

A qualidade de vida de 30 por cento da população que recebe rendimentos médios e baixos se deteriorou de 1,3 a 1,6 por cento, assinala o Insee.

Pelo contrário, os cinco por cento mais ricos do país aumentaram seus rendimentos em 1,3 pontos, diz a instituição, que tomou como base de estudo as declarações de Imposto de Renda.

As denominadas transferências sociais, como as ajudas familiares, subsídios para habitação, educação e saúde, diminuíram de maneira relativa o impacto inicial destas diferenças, afirma o estudo.

Contudo, desde 2011, tais benefícios começaram a diminuir de maneira constante devido às políticas de austeridade fiscal aplicadas para enfrentar a crise, o que torna cada vez mais evidentes as diferenças econômicas e sociais no país.

Entre as consequências mais visíveis destas desigualdades, figura o aumento constante da denominada pobreza monetária, ou seja, a insuficiência de rendimentos pessoais ou familiares para adquirir um mínimo indispensável de bens, alimentos e serviços.

Segundo o Insee, somente entre 2009 e 2010 mais de 440 mil pessoas caíram neste tipo de pobreza, que afeta 14,1 por cento da população.

Os mais afetados pelo fenômeno são as crianças que vivem em famílias chefiadas por mães solteiras, que têm maiores dificuldades para obter um trabalho permanente.

O Instituto Nacional de Estatísticas adverte que estes não são problemas exclusivos da França, pois a crise econômica e financeira provoca o aumento das desigualdades sociais na maior parte dos 27 países membros da União Europeia.

Prensa Latina