PC do Brasil faz visita histórica ao Laos

A delegação do Comitê Central do PCdoB foi composta por Ricardo Alemão Abreu, secretário de Relações Internacionais e membro da Comissão Política Nacional, e Ronald Freitas, secretário de Planejamento e membro do Secretariado. Entre os dias 16 e 19 de abril os dirigentes comunistas brasileiros tiveram uma importante e diversificada agenda em Vientiane, capital laosiana.

O encontro mais importante foi uma conversação com o camarada Cheuang Sombounkhanh, membro do Secretariado do Comitê Central do PPRL e presidente da Comissão de Propaganda e Formação do Comitê Central do PPRL, e com o camarada Thongsovanh Phomvihane, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do PPRL.

Cheuang Sombounkhanh iniciou a reunião ressaltando o caráter histórico da visita de delegação do PCdoB, por ser a primeira a visitar Vientiane, e falou sobre o grande interesse do PPRL em ampliar e aprofundar as relações com o PCdoB e com o Brasil. Apresentou brevemente a situação do Laos e o caminho para a transição ao socialismo que está em curso no país, liderado pelo PPRL.

O dirigente comunista laosiano, em nome do PPRL, aceitou o convite para participar do 13º Congresso do PCdoB, em novembro de 2013, e manifestou a vontade do PPRL de impulsionar as relações de amizade e intercâmbio entre os dois partidos, e de estimular a cooperação política, econômica, social e cultural entre os dois países, também a partir de um maior relacionamento entre os dois governos. Disse ainda que a enorme distância que nos separa não será problema, e desejou êxito ao PCdoB em suas lutas no Brasil e sucesso ao Brasil na Copa do Mundo de 2014.

Ricardo Alemão Abreu registrou ser uma grande honra para o PCdoB visitar o Laos, pelo exemplo de resistência heroica do povo laosiano contra o colonialismo e o imperialismo, e pela importância do atual regime socialista do país, liderado pelos comunistas, que dirigem o processo de transição ao socialismo no Laos. Em seguida relatou brevemente a situação do Brasil e falou sobre a atuação do PCdoB.

O dirigente do PCdoB propôs iniciar uma nova fase na relação entre os dois partidos, com intercâmbio regular de delegações e atividades de cooperação, o que foi prontamente aceito pelos camaradas laosianos.

A agenda da delegação do PCdoB compreendeu outros encontros políticos, visitas a museus sobre a luta revolucionária do povo laosiano, e visita a locais históricos e culturais, como um belo templo budista.

Laos avança no rumo do socialismo

A República Popular Democrática do Laos é um país de 7 milhões de habitantes, sendo mais de 700 mil na capital Vientiane. O país faz fronteira com o Vietnã, com a China, com Myanmar, Camboja e tem fronteira natural com a Tailândia, mediada pelo famoso rio Mekong. O povo do Laos é formado por 54 etnias, sendo a maior delas a etnia thai.

Parte da antiga Indochina, formada ainda por Vietnã e Camboja, o Laos faz parte da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), e vive um processo intenso de transformações econômicas e sociais. O Laos teve nos últimos um crescimento econômico médio de 7% ao ano, com uma taxa de 8% em 2012, e segundo os dirigentes laosianos a crise mundial do capitalismo afetou muito pouco a economia do país.

O Laos tem uma economia de mercado, mas planificada e “no caminho do socialismo”, com uma ousada estratégia de industrialização e modernização, e de promoção da renda e do bem-estar dos trabalhadores. A renda per capita é de US$ 1.400 e o país ainda é classificado como subdesenvolvido.

A meta para 2015 é uma renda per capita de US$ 1.700, e em 2020 prevê-se que o Laos será tido como país em desenvolvimento, superando a condição de estar entre os “países menos desenvolvidos”. O combate à pobreza é um dos grandes objetivos do governo para os próximos anos.

O Partido Popular Revolucionário de Laos é um partido marxista-leninista

O PPRL é um partido patriótico e internacionalista, marxista-leninista, e atualmente, segundo os dirigentes laosianos, tem duas tarefas fundamentais: defender a revolução laosiana e construir a pátria independente e socialista.

O partido dos comunistas laosianos viveu três etapas em sua história, desde a sua fundação em 22 de março de 1955, após decisão do PC da Indochina de separar-se em três partidos, um no Laos, outro no Vietnã, e outro no Camboja. Em 1954 o Vietnã, o Laos e o Camboja conquistam sua independência.

De 1930 a 1955, os comunistas laosianos fizeram parte do mesmo partido fundado por Ho Chi Minh, o Partido Comunista Indochinês. Participaram do PC Indochinês os revolucionários do Vietnã, do Laos e do Camboja.

A primeira etapa compreende o período de 1955 a 1975, é a etapa da luta pela libertação nacional, contra os imperialismos francês e estadunidense. Neste período houve intensa colaboração com os comunistas vietnamitas, assim como até os dias de hoje.

A segunda etapa da vida do PPRL e do país vai de 1975 a 1986, é a fase da reconstrução do país que havia sido devastado pela guerra. E a terceira etapa inicia-se em 1986 e vem até os dias atuais. Nesta terceira etapa o PPRL atualiza e renova a sua compreensão teórica e a sua política de construção do socialismo no Laos, e deslancha o desenvolvimento econômico e social da pátria, mantendo-se e aprimorando-se a direção e o regime socialistas.

O PPRL tem atualmente 800 mil militantes e um Comitê Central com 50 membros, destes 11 fazem parte da Comissão Política (Birô Político) e 9 do Secretariado. A principal liderança da história do PPRL foi o camarada Kaysone Phomvihane, um dos fundadores do PPRL, herói da libertação nacional, secretário-geral do PPRL e presidente da República, falecido no início dos anos 1990. O atual secretário-geral do PPR do Laos é ao mesmo tempo presidente da República, camarada Choummaly Sayasone.

Em 2011 foi realizado o 9º Congresso do PPR do Laos e o tema do Congresso foi “Fortalecer a coesão e a solidariedade entre o povo, e a união do Partido com o povo; elevar o papel de liderança e a capacidade do Partido; criar medidas inovadoras para implementar a política de renovação; construir bases sólidas para superar o subdesenvolvimento em 2020, e avançar rumo ao socialismo”.

Com informações da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB