CNTE faz balanço positivo da Greve Nacional da Educação

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) avalia como bastante positiva a paralisação de três dias ocorrida em todo o Brasil nesta semana. 22 estados aderiram à greve, realizando assembleias estaduais e municipais, com os professores indo às ruas para cobrar o respeito à Lei Nacional do Piso do Magistério, além de reuniões e audiências com governadores, prefeitos e vereadores para tratar das demandas locais de cada região.

O estado de São Paulo permanece em greve por tempo indeterminado e definirá os próximos passos do movimento em assembleia geral nesta sexta-feira (26). A APEOESP estima que 60% dos professores da cidade de São Paulo aderiram à greve e 30% de adesão dos profissionais da educação no estado inteiro. Em Mato Grosso e no Maranhão, os educadores também irão deliberar sobre a continuidade ou não do movimento grevista.

Em Brasília, o presidente da CNTE, Roberto Leão, apoiado por uma comitiva da entidade, realizou um ato público na Câmara dos Deputados com a presença de 500 trabalhadores da educação e se reuniu com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN); com o senador José Pimentel (PT-CE), relator do Plano Nacional de Educação (PNE); com o senador Wellington Dias (PT-PI), líder do PT no Senado e Henrique Paim, secretário executivo do Ministério da Educação (MEC).

Para Roberto Leão, isso mostra a representatividade consistente da CNTE, já que raramente os presidentes da Câmara e do Senado marcam uma audiência conjunta e isso foi concedido para a CNTE.

Renan Calheiros se comprometeu a acompanhar pessoalmente o trâmite do PNE, o que pode acelerar a análise e a votação do projeto no Senado. "O compromisso do Renan é bom porque isso pode fazer com que o PNE ande mais rápido, superando barreiras e evitando contratempos, porque não é bom para o país ficar três anos sem ter um balizamento de como deve ser a educação. Para que o PNE seja aprovado no primeiro semestre é necessária muita pressão em cima do Senado, muita conversa e mobilização", avalia Leão.

Outras vitórias

A CNTE também vê de maneira positiva a criação da Comissão Mista para verificar a efetiva implantação de políticas públicas sugerida por Renan Calheiros e Henrique Alves, “porém é necessário que a Comissão tenha mecanismos para interferir quando verificar que alguma política não está sendo seguida como deveria”, afirma o dirigente sindical.

Na reunião com Henrique Paim, a CNTE manifestou preocupação com a notícia de que o parecer que normatiza a implementação da composição da jornada de trabalho dos professores de acordo com a Lei do Piso teria retornado para o Conselho Nacional de Educação (CNE). O MEC já havia assumido o compromisso de homologar o parecer, o que garantiria aos professores ter de maneira especificada e normatizada a quantidade de horas aulas com alunos e horas extraclasse.

"Fizemos contato com o presidente da Câmara de Educação Básica porque esse parecer é fundamental para termos implantada a jornada do piso e propõe uma negociação aberta entre sindicatos e governos", afirma Leão.

Da Redação em Brasília
Com informações da CNTE