Câmara promove audiência sobre cotas raciais em São Paulo

A pedido do vereador Orlando Silva (PCdoB), a Câmara Municipal de São Paulo debateu na tarde desta segunda-feira (29), em audiência pública da Comissão de Educação,Cultura e Esportes, o sistema de cotas na cidade de São Paulo. Quais os desafios, os problemas e as perspectivas de uma política de inclusão na universidade?

Um dos encaminhamentos da audiência foi o de propor que a Comissão estude a ideia de preparar um projeto de lei para que o sistema de cotas nas universidades estaduais faça parte de uma política de estado e não de governo.

"A UNE [União Nacional dos Estudantes] tem 76 anos de vida. E nesse tempo, esse seu colega que vos fala foi o único presidente negro dessa instituição. Isso é revelador e demonstra um reflexo da correlação de forças dentro da universidade. É preciso dar a oportunidade ao jovem negro e das classes mais baixas", lembrou Orlando.

Também estiveram presentes o secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial, Netinho de Paula (PCdoB) e a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundarists (Ubes), Manuela Braga, que citou a mobilização nas escolas contra o Pimesp, que institui o college, uma espécie de cursinho preparatório para os alunos cotistas, antes de ingressar na univesidade.

"É uma proposta que impõe uma barreira para nós estudantes, que já nos dedicamos bastante aos estudos justamente para nos prepararmos. Pra que precisamos de mais dois anos", exclamou Matheus Noronha, estudante do 3º do ano do Ensino Médio, da escola pública Leopoldo Santana, no Capão Redondo, que falou na audiência.

Representantes da UNE, Uneafro, Circulo Palmarino e Unegro também estiveram presentes e falaram durante a audiência.

Nenhum representante do governo estadual estava presente, nem das universidades estaduais.

Da redação do Vermelho