Povos de matriz africana contribuem para construção de edital

Povos e comunidades de matriz africana contribuem para construção do edital do Empreendedorismo Negro da Setre. Mais de 100 pessoas compareceram, na manhã desta terça-feira (30), no Terminal Náutico de Salvador para participar da 1ª Rodada de Diálogo com Povos e Comunidades de Matriz Africana, evento promovido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

O objetivo do encontro foi discutir, com o segmento, a proposta de conteúdo do Edital do Empreendedorismo Negro que a Setre, por meio da Superintendência de Economia Solidária do Estado (Sesol), lançará no segundo semestre deste ano para o fortalecimento e desenvolvimento de ações para geração de renda e trabalho para afrodescendentes.

A meta dessa política pública é fomentar a produção e comercialização de produtos de economia solidária com o cunho do associativismo e cooperativismo. É mais uma ação do Vida Melhor, um programa de inclusão socioprodutiva que atua no fomento a empreendimentos individuais e familiares da economia informal.

Representando, na audiência, o secretário da Setre Nilton Vasconcelos, a chefe de Gabinete Olívia Santana observou a importância do debate, ouvindo e discutindo com o público interessado a proposta. “É preciso o esforço de todos, pois queremos que cada vez mais pessoas possam ser inseridas e beneficiadas da forma mais eficaz possível com as políticas públicas desenvolvidas pelo Governo do Estado”, disse, convocando os presentes para construção de um Edital de Empreendedorismo Negro que se torne referência para a Bahia e o Brasil.

Estratégico 

O superintendente de Economia Solidária do Estado, Milton Barbosa, observou que os povos e comunidades de matriz africana têm uma característica forte na questão do cooperativismo e associativismo. “A população negra, com a forte presença feminina, tem papel estratégico no desenvolvimento da economia solidária”, afirmou, observando que a Setre pretende, com este Edital do Empreendedorismo Negro, “destacar os valores e saberes pautados na coletividade e na solidariedade”.

No período da tarde, foram formados quatro grupos de trabalho distintos para discussão de propostas nas atividades de artesanato, alimentação, confecção e “outros”, que incluía áreas do patrimônio material e imaterial, tais como instrumentos musicais, danças, ferramentas etc.

Segundo o superintendente, a decisão de lançar um edital voltado para o empreendedorismo negro foi tomada após ser identificado, nos espaços de cultos de religiões de matriz africana, um imenso potencial produtivo, “onde homens e mulheres, livremente associados, representados por associações, cooperativas e grupos informais, produzem, por meio de núcleos produtivos, uma gama de artefatos ligados ao culto. É possível perceber, nesses espaços, a força da economia solidária, além da grande possibilidade de inclusão socioprodutiva”, disse Milton Barbosa.

Outras Rodadas de Diálogo com Povos e Comunidades de Matriz Africana já estão marcadas. Dia 7 de maio, será a vez de os segmentos da capoeira e do samba de roda conhecerem a proposta e dar sua contribuição. Dia 14 de maio, a Rodada de Diálogo acontece com os seguidores do movimento Hip Hop, blocos afros e produtores culturais. Dia 16 de maio, será a vez do segmento de moda, arte e estética. Dia 25 de maio, fechando as atividades do mês, as baianas de acarajé serão convidadas para o debate.

Fonte: Ascom/Setre