ONU e Liga Árabe: Enviado especial à Síria poderá pedir demissão

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe (LA) para a Síria Lajdar Brahimi tem a intenção de renunciar do seu cargo, já que em sua opinião, a medida de outorgar o assento da Síria na LA à oposição contradiz o seu trabalho, de acordo com um diplomata da ONU que não quis se identificar, nesta quarta-feira (1/5).

Brahimi - ONU

O diplomata disse que Brahimi crê “que a LA tomou uma direção muito distinta da tomada pela ONU e da sua própria, o que o impede de desempenhar os dois trabalhos (como enviado especial das duas organizações).

No passado seis de março a LA convidou a autodenominada Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS) a “formar um órgão Executivo para ocupar o assento da Síria”, depois de o ente pan-árabe, que foi fundado com a participação direta da Síria, suspender o país como membro, em 2011.

Brahimi está “decidido [a se demitir], embora talvez espere uma semana ou mais”, agregou o diplomata.

Da mesma forma, algumas fontes da ONU afirmam que o fracasso de Brahimi na influência para o estabelecimento da paz na Síria, depois de mais de dois anos de distúrbios, pode ser outra razão para a tomada dessa decisão.

No passado 17 de abril, Brahimi anunciou que estava disposto a renovar o seu mandato como mediador internacional para a Síria unicamente em qualidade de enviado especial da ONU, sem manter o cargo de enviado especial da LA.

Antes de Brahimi, também Kofi Annan, antigo secretário-geral da ONU, foi o enviado especial da ONU e da LA para a Síria, mas demitiu-se em agosto de 2012.

Annan havia dito, em uma coletiva de imprensa, que o povo sírio precisava desesperadamente de ação, mas criticou o Conselho de Segurança da ONU pelo foco em “apontar o dedo e chamar de nomes” o regime sírio.

Com agências,
da redação do Vermelho