Julgamento do caso PC Farias começa com testemunhas de acusação

Começou por volta das 15h desta segunda-feira (6) o julgamento de quatro acusados de envolvimento no assassinato de Paulo César Farias, conhecido como PC Farias, e da namorada, Suzana Marcolino, em 1996. O julgamento, que acontece em Maceió (AL), começou duas horas após o horário previsto e deve ser suspenso às 20h. O juri é composto por duas mulheres e cinco homens.

A primeira sessão do julgamento começou com os depoimentos das testemunhas arroladas pelo Ministério Público (MP). Às 15h45, a primeira testemunha era interrogada pelo juiz Maurício Breda, da 8ª Vara Criminal. Serão ouvidas mais 25 testemunhas entre acusação e defesa, incluindo o irmão do empresário Augusto Farias.

São julgados Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva, policiais militares que trabalhavam como seguranças de PC. O Ministério Público pede a condenação dos quatro por homicídio qualificado. Segundo a tese do promotor Marcos Louzinho, os quatro participaram do crime ao menos por omissão, uma vez que deveriam cuidar da integridade do empresário.

O promotor disse estar preparado para desmontar a tese de que Suzana teria assassinado PC e, em seguida, se suicidado, como levantado à época do crime. “Esta promotoria criminal convocou cinco testemunhas e dois peritos. É a quantidade de pessoas suficientes para comprovar que não houve a prática de um assassinato e, depois, um suicídio”, destaca Louzinho.

Tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, PC Farias era apontado como uma das pessoas mais próximas do então presidente. Ele foi denunciado por sonegação fiscal, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito.

Irmão de PC

Indiciado inicialmente por ser o suposto mandante da morte de Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino, o ex-deputado e irmão de PC, Augusto Farias, confirmou que vai prestar depoimento atestando a "inocência dos policiais". Augusto foi indiciado e denunciado, mas como à época, em 1999, era deputado federal, teve a denúncia analisada e recusada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ele disse que delegados propuseram a ele que denunciasse os policiais para escapar de um indiciamento pelo crime.

"Estou aqui para dar o meu testemunho da inocências desses quatro seguranças. São quatro pais de famílias, que foram expostos para todo o país. Imagine se eu não fosse julgado por uma corte isenta? Seria, eu, mais um inocente aqui hoje", disse Augusto Farias, que é testemunha de defesa dos quatro réus.

Com Agência Brasil e UOL