Inclusão digital e banda larga são discutidas em encontro

A política de inclusão digital e banda larga foi o tema da primeira edição do projeto Diálogos de Comunicação, uma série de debates promovida pelo Conselho Estadual de Comunicação, em parceria com a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom-Ba). O encontro de estreia aconteceu nesta sexta-feira (10/5), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-Ba), em Salvador.

Para discutir a questão, foram convidados o senador Walter Prinheiro (PT) e o deputado federal Afonso Florence, ambos do PT da Bahia, além dos representantes de entidades ligadas às telecomunicações José Lira (Sinditelebrasil) e Eduardo Neger (Abranet). O debate foi mediado pelo secretário de Comunicação, Robinson Almeida.

A discussão girou em torno da necessidade de ampliar o acesso e a qualidade da internet no estado, como uma forma de garantir a cidadania e o aumento de investimentos de grandes empresas no território baiano. Para Pinheiro, que é membro da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), as novas tecnologias andam junto com a cidadania e a economia.

“A banda larga um direito do cidadão e representa um insumo básico para a nossa economia. Se não há banda larga em uma localidade, as empresas não se interessam em investir ali porque uma das principais exigências é a internet”, afirmou o senador baiano.

Em defesa das operadoras, o representante do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) José Lira afirmou que, atualmente, todos os 5.564 municípios têm a presença de operadoras de telefonia. Deles, mais de 3.300 contam com o serviço de banda larga.

O deputado Afonso Florence rebateu José Lira ao lembrar que, nos municípios, as antenas costumam ser instaladas nas sedes administrativas e que grande parte das indústrias, principalmente ligadas à agricultura e pecuária, é localizada nas zonas rurais do estado.

Marco Regulatório

Outro ponto que norteou as discussões foi a definição do marco civil da internet, um instrumento de regulamentação do uso da rede no país e da atuação do Estado neste universo. Para Eduardo Neger, representante da Associação Brasileira de Internet (Abranet), é preciso que sejam pensadas também políticas de incentivo à criação e o desenvolvimento de ferramentas da rede no próprio país.

“O brasileiro é criativo e isso é preciso ser levado em conta. Meninos do 1º e 2º ano já desenvolvem aplicativos para a internet e passam a ser não só consumidores, mas também produtores. O marco precisa incentivar o desenvolvimento da nossa internet”, defendeu Neger.

Novas edições
Os novos temas do Diálogos de Comunicação não foram revelados, mas o secretário Robinson Almeida adiantou que pretende contemplar discussões sobre a Comunicação em relação aos movimento sociais. “Ainda há muita coisa pra debater. A Comunicação não pode ser um tabu, nem na Bahia, nem no Brasil”, finaliza.

Campanha
Um movimento nacional pela democratização da internet, batizado de “Banda Larga é um direito seu”, foi criado para defender o acesso para todos de uma rede barata e de qualidade. Um manifesto foi apresentado para guiar o Executivo e o Legislativo na criação de políticas públicas para o setor.

De Salvador,
Erikson Walla