Atividade dos artistas de rua aguarda a sanção de Haddad

A imagem do guitarrista Rafael Soares, ao ser preso em plena avenida paulista pelo simples motivo de estar tocando o seu instrumento, pode ficar apenas como uma fotografia de um passado triste da capital paulistana. Isso, porque a Câmara de São Paulo aprovou o projeto de lei 489/2011 que regulamenta esse tipo de atividade nas ruas de São Paulo.

artista de rua

O projeto foi proposto por vários vereadores na legislatura passada e entre eles, o vereador Jamil Murad do PCdoB. Para continuar o trânsito legislativo o projeto de lei ganhou a adesão de Orlando Silva, único vereador comunista na gestão atual.

No ano passado, os movimento chegaram a fazer uma ocupação cultural na Câmara de São Paulo, com diversas atividades e um debate sobre o tema. Entre os organizadores está o artista circense, Celso Reeks, que destacou a participação dos comunistas no movimento para a aprovação.

“A participação dos vereadores do PCdoB foi fundamental, porque essa movimentação começou porque os vereadores Netinho de Paula e Jamil Murad procuraram os artistas para articular e ajudar com diálogo com prefeitura na defesa da atividade profissional e dos nossos direitos”, enalteceu Reeks.

Para Orlando, a atividade dos artistas de rua é “um patrimônio da cidade de São Paulo, que como uma grande cidade do mundo, constrói intervenções e em um instante muito breve, colabora para transformar o dia, a vida das pessoas”.

“A regulamentação está sintonizada com o atual momento de São Paulo, que viveu um período em que tudo era restrito e com a eleição do prefeito Fernando Haddad isso mudou”, defendeu Orlando.

A secretaria municipal de cultura comemorou a aprovação do projeto de lei. “A exemplo de outras cidades que exercem liderança global, São Paulo dá um grande passo ao tratar seus artistas com respeito e dignidade, abrindo os espaços públicos para o deleite estético e para a arte”, anunciou através de uma nota.

A nota ressaltou ainda o desafio “pensar políticas públicas para os artistas e o público que os acessa nas ruas”.

De São Paulo,
Ana Flávia Marx