Guatemala: Ex-ditador é condenado a 80 anos de prisão

O ex-ditador guatemalteco, José Efraín Ríos Montt, foi condenado na sexta-feira (10) a 80 anos de prisão pelo genocídio cometido durante sua gestão (março de 1982 a agosto de 1983) contra a etnia indígena ixil.

Ríos Montt - Guatemala

No mesmo debate no qual se processava Rios Montt, o judiciário absolveu José Rodríguez (seu antigo chefe de Inteligência) porque estimou que existe dúvida sobre sua participação no assassinato de 1. 771 ixiles no departamento noroeste de Quiché.

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Antes do veredito, o julgado analisou as peritagens psicosocial, militar, antropológica, cultural e estatística sobre violência sexual, racismo e genocídio, que atribuiu o Ministério Público ao ente acusador.

De acordo com a justiça o Plano Victoria 82, Plano Firmeza 83 e Plano de Operações Sofía, evidênciam que o Exército estigmatizou o povo ixil de "rebelde e subversivo" , considerado inimigo interno e que devia ser eliminado.

Apesar das denúncias, Rios Montt qualificou o julgamento de "um show político internacional que vai afetar a alma e o coração do povo guatemalteco".

Justiça para os guatemaltecos 

Enquanto, a Prêmio Nobel da Paz de 1992, Rigoberta Menchú, opinou que essa condenação não é apenas para fazer justiça às vítimas do conflito armado interno (1960-1996), mas para todos os guatemaltecos, pois demonstrou-se que o povo maia não mente ao denunciar os atos de genocídio.

O Tribunal de Maior Risco A levou a cabo o processo na Corte Suprema de Justiça desde o  dia 19 de março em meio a atrasos por recursos interpostos pelos advogados defensores de ambos os ex-militares. Esta é a primeira vez na história do país que um ex-presidente é processado por graves violações aos direitos humanos ocorridas durante a guerra civil.

Com Agências