Evo Morales questiona posição de dirigentes da COB 

O presidente da Bolívia, Evo Morales, promulgou nesta quinta-feira (16) a Lei 378, que aumenta em 50 bolivianos (sete dólares) mensais a Renda Dignidade e beneficiará milhares de idosos no país. O mandatário questionou a posição da Central Obreira Boliviana (COB), que há 10 dias protestam por aumento na aposentadoria. 

Evo Morales - 16/05/2013 - ABI

O chefe de Estado destacou as diferenças entre a posição da COB e do governo quanto a Lei de Pensões, origem do pedido da organização obreira, que exige um aumento da aposentadoria dos mineiros para 8 mil bolivianos (1.147 dólares) e 5 mil (747 dólares) para o resto dos setores. 

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“Existem companheiros da COB que só pensam em grupos privilegiados e o governo defende o direito dos trabalhadores da maioria dos trabalhadores. Essa é nossa diferença”, enfatizou.
Morales lembrou também que “aceitamos a política para servir ao povo. Nestes momentos há marcas e para mim seria fácil aceitar suas propostas – da COB – para ganhar sua confiznça, mas temos que pensar nas futuras gerações e não nas próximas eleições”.

“É injusto que quem ganha 40 ou 50 mil bolivianos, queiram aposentar-se com 100%, sem pensar nos que ganham mil bolivianos”, reiterou. O primeiro presidente indígena do país expressou que “aprendemos a ser responsáveis com a pátria” e reiterou que “nossa responsabilidade sempre será favorecer os que ganham pouco”. 

Ele fez referencias as últimas negociações com a COB e argumentou que os representantes da organização obreira, talvez mas assessorados, não contavam com argumentos técnicos nem financeiros para sustentarem suas propostas.

“Aceitamos o diálogo e não tinham argumentos. Só disseram que é uma decisão política. E não podemos ter uma decisão política se não há realidade econômica. Não podemos enganar o povo”, reiterou. 

O presidente lembrou também a situação de milhares de trabalhadores rurais, explorados por anos, sem aposentadoria e obrigados a trabalhar desde crianças até a morte, uma das causas pelas quais se aprovou a nova Lei.

“Antes, somente 0,2% da população tinha uma renda e agora com a Renda Dignidade e os bônus Juancito Pinto e Juana Azurduy beneficiam 3 milhões de pessoas, quase 33% da população”, finalizou.

Fonte: Prensa Latina