Metroviários de SP definem indicativo de greve na próxima quarta 

Em 2012, um dia de paralisação foi suficiente para o Metrô estabelecer uma proposta de reajuste salarial
São Paulo – Em campanha salarial, os trabalhadores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) definem em assembleia na próxima quarta-feira (22), às 19h, se entram em greve. 

Após cinco reuniões, os metroviários reclamam por não ter sido apresentada nenhuma proposta. Na próxima terça (21), unidos a trabalhadores da Sabesp e aos eletricitários, a categoria vai realizar uma manifestação em frente ao Conselho de Defesa dos Capitais do Estado (Codec), órgão do governo Alckmin responsável por definir as políticas salariais. A próxima reunião entre o Metrô e o sindicato está marcada justamente para a quarta, às 9h.

Com data-base em 1º de maio, os funcionários do Metrô reivindicam reajuste de 14,16%, entre reposição e aumento real. A pauta inclui ainda reajuste de 24,3% no vale-refeição e aumento no vale-alimentação para R$ 382,71. Esses pontos serão discutidos na próxima reunião.

Para o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, a companhia tem sido intransigente. “O Metrô não quer negociar. Tem dado respostas negativas para todas as reivindicações e até para coisas simples, como realizar uma campanha educativa contra o assédio sexual, em espaços de publicidade que pertencem à própria companhia. Se essa postura prosseguir nas negociações salariais da próxima semana, não haverá outra saída senão a greve”, afirmou. No ano passado, após um dia de paralisação, os metroviários aceitaram proposta de 6,17%.

Nesta quinta-feira (16), os trabalhadores se reuniram em assembleia no sindicato, em que definiram trabalhar sem uniforme e com adesivos da campanha salarial nas roupas, como forma de chamar atenção da população e pressionar a direção do Metrô.

Entre as principais reivindicações já discutidas, está a revisão do plano de carreira. Segundo o sindicalista, hoje um trabalhador leva até 20 anos para chegar ao topo de sua própria função. Além disso, o sindicato quer instituir planos deste tipo para trabalhadores das áreas de segurança e manutenção. Outra reivindicação é que a participação nos lucros ou resultados (PLR) seja fixa para todos os trabalhadores. Hoje, o valor da gratificação é 60% fixo e 40% proporcional ao salário, o que Melo considera privilégio para os altos cargos da empresa. Todas essas propostas foram rejeitadas pelo Metrô, que não respondeu aos questionamentos apresentados pela reportagem.

Em 2012, a empresa transportou em média 3,75 milhões de pessoas por dia útil. O Metrô fechou o ano com 9.378 funcionários. A receita total atingiu R$ 1,987 bilhão.

Motoristas

Outra categoria ligada ao setor de transportes fechou acordo coletivo no início da semana. Em assembleia realizada na segunda-feira (13), motoristas e cobradores de São Paulo aprovou proposta que prevê 10% de reajuste salarial e R$ 800 de PLR. Segundo o sindicato da categoria, o aumento é de 33% para motoristas e oficiais de manutenção e de 45% para cobradores. O tíquete-refeição vai a R$ 15,30. A data-base também é 1º de maio.

Eletricitários

O Sindicato dos Eletricitários do Estado de São Paulo teve sua primeira reunião relativa à campanha salarial na última quarta (15), para estabelecer o calendário de reuniões. Os trabalhadores pedem a reposição da inflação do período mais aumento real de 5%. A pauta inclui também o pagamento da PLR do período 2012/2013 e a definição de uma política de pagamento do benefício para o período 2013/2014. A próxima reunião foi marcada para terça.

Sabesp

Quem também ameaça parar, a partir do dia 28, são os funcionários da Companhia de Saneamento do Estado (Sabesp), informou o Sintaema, sindicato da categoria. Após três rodadas de negociação, a empresa ofereceu reajuste de 5,37%, proposta considerada insuficiente pelos representantes dos trabalhadores e já rejeitada em assembleia, na última terça (14). Foi marcada nova assembleia para terça.

Fonte: Rede Brasil Atual