Conferência global sobre segurança europeia acontece em Moscou

A cooperação militar entre os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) monopolizou, nesta quinta-feira (23), em Moscou, o programa da Conferência Global Sobre a Segurança Europeia, auspiciada pelo Ministério de Defesa da Rússia. Mais de 300 delegados participam do evento, de acordo com informações da organização.

Putin e Obama - NSPM

O encontro busca aproximar posições em torno dos aspectos políticos e militares da segurança entre os membros da Otan e da União Europeia, de um lado, e a Rússia e os países vizinhos, do espaço pós-soviético, de outro.

Do lado russo, encabeçam o programa de intervenções o ministro de Defesa, Serguei Shoigu, o titular da administração presidencial, Serguei Ivanov, o ministro de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e o chefe de Estado-Maior Valeri Guerasimov.

Para Moscou, a cooperação internacional é essencial na luta contra as ameaças coletivas e os desafios globais, entretanto, existe total noção sobre os fatores que obstruem a construção de uma arquitetura europeia indivisível, tema postergado ao menos por seis anos, desde a Conferencia de Segurança de Munique de 2007.

Sobre o tema, o Ministério de Defesa da Rússia alude, em um comunicado, a uma série de contradições nos enfoques e à ausência de uma atmosfera de confiança mútua.

De fato, o presidente russo Vladimir Putin propôs há alguns anos (precisamente em Munique) a criação de um sistema coletivo de segurança no continente, sem fronteiras nem exclusões, mas em correspondência com os interesses nacionais e as ameaças reais.

Nesta matéria não há avanços na cooperação da Rússia e da Otan, como tampouco com os Estados Unidos em relação ao sistema antimísseis, projetado à Europa pelo Pentágono, e ao que se opõe o Kremlin com veemência.

As autoridades russas exigem de Washington garantias jurídicas vinculantes e técnicas de que os componentes estratégicos dispostos perto das suas fronteiras (e os que estão em projeção) não representam uma ameaça ao seu potencial dissuasor.

A subsecretária norte-americana de Estado interina para Assuntos de Controle de Armas, Rose Gottemoeller, falou de uma possível aproximação entre a Rússia e os Estados Unidos nos temas de segurança e expressou otimismo pelas perspectivas das relações bilaterais.

O vice-ministro de Defesa Anatoli Antonov assegurou que a parte russa não espera solucionar todas as discrepâncias com o Ocidente durante a reunião em Moscou. Não obstante, mencionou as expectativas de um diálogo tranquilo e aberto em todos os temas.

Na véspera da conferência, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, viajou a Washington para uma visita de trabalho, e entregou ao presidente Barack Obama uma carta de resposta do presidente Putin à missiva enviada pelo estadunidense há algumas semanas, enfocada nas relações russos-estadunidenses. Obama disse, na ocasião, que tem esperanças de que os EUA fortalecerão os laços com a Rússia.

Também coincidiu na data a estância do ministro de Interior Vladimir Kolokoltsev, que celebrou vários encontros com a contraparte norte-americana, em uma etapa de abertura à cooperação entre os órgãos de segurança, segundo informações.

Com Prensa Latina