Feliciano paralisou Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Prestes a completar três meses à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) ainda não conseguiu imprimir ritmo adequado de trabalho. Com várias reuniões canceladas devido a tumultos e protestos, inclusive de parlamentares ligados ao colegiado, projetos que estão na pauta não foram votados.

Feliciano

O pastor evangélico se defende ao citar que a comissão aprovou 20 requerimentos e fez três “grandes” audiências públicas desde que ele assumiu o posto. A página on-line de notícias da comissão, porém, mostra apenas cancelamentos e transferência de datas de reunião, enquanto no mesmo período do ano passado a atuação do colegiado foi intensa.

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Autor de frases e opiniões polêmicas, Feliciano é assunto frequente na internet e recebe tanto manifestações de apoio quanto críticas. Ele tem mais de 213 mil seguidores em um microblog e segue conciliando a vida de pastor em São Paulo com a atividade política em Brasília. Até então um desconhecido no Congresso e com pouca visibilidade fora do mundo religioso, acabou se tornando o político mais comentado nas redes sociais neste ano.

Nem a ascensão de Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) aos postos mais altos do Legislativo, em fevereiro, quando ocorreram protestos de eleitores, foi capaz de abafar a polêmica eleição do pastor na comissão, graças a um acordo liderado principalmente pelo PMDB. As mais de 1 milhão de assinaturas on-line contra a eleição de Renan não levaram movimentos organizados aos corredores do Congresso, como no caso de Feliciano.

Cura gay

Das propostas mais polêmicas que chegaram a entrar na pauta da comissão, mas que ainda não foram apreciadas, destaque para três projetos: o que permite a psicólogos a tentativa de “cura” de homossexuais, o que penaliza a discriminação contra heterossexuais e o que torna crime a homofobia. Nesse último caso, a ideia é engavetar a matéria. A maioria dos integrantes da CDHM é aliada ao pastor. O PSC é dono de cinco das 18 cadeiras de titulares da comissão.

Com Correio Braziliense