UEB comemora eleição de nordestina para presidência da UNE
O 53º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que aconteceu de 29 de maio a 2 de junho, em Goiânia (GO), elegeu a estudante Virgínia Barros, de Pernambuco, para a presidência da entidade, que é a maior representação dos estudantes brasileiros. A escolha foi comemorada pelos baianos, que a consideram um destaque positivo para o Nordeste.
Publicado 06/06/2013 14:50 | Editado 04/03/2020 16:16
Nesta entrevista, o diretor de Comunicação da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Onã Rudá, fala do significado da eleição de Virgínia e destaca outras pautas debatidas no congresso. Ele também fala da organização do congresso estadual, marcado para os próximos dias 14, 15 e 16, em Vitória da Conquista. Confira.
Portal Vermelho – Como é que vocês receberam a notícia da eleição d
Onã Rudá – Com muito entusiasmo. Primeiro por ser uma legítima representante do Nordeste brasileiro, que encabeça as principais lutas do movimento social, que é a União Nacional dos Estudantes (UNE) e por ser uma mulher. É a quinta mulher. Isso é um avanço significativo e representa que o Nordeste, que já tem uma presidente da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), tem ocupado cada vez mais espaço no movimento social e encabeçado mais lutas, a fim de conseguir conquistas reais, não só no movimento estudantil,
PV – O que você espera que aconteça, e que aconteça de diferente, com a eleição dela?
OR – A gente avalia as gestões da UNE, uma subsequente da outra. Vi
PV – Além da eleição da nova diretoria, o que mais o 53º Congresso da U
OR – Em linhas gerais, o congresso da UNE se pauta muito nas questões do financiamento da educação pública, principalmente do ensino superior como um todo. Teve encontro de prounistas (beneficiários do Programa Universidade Para Todos) com a presença do ministro da Educação, Aluísio Mercadante, debates sobre saúde pública, democratização da comunicação, da ampliação do ensino superior. Houve debates também sobre o próprio movimento estudantil, como ele está caminhando e para onde está caminhando. Tivemos um ato de anistia de vários guerrilheiros da Ditadura Militar. A Comissão da Verdade da UNE conseguiu esse êxito e é o primeiro relatório que a comissão apresenta.
PV – Você disse que um dos debates foi sobre o futuro do movimento estudantil. Qual o resultado dessa discussão?
OR – A conclusão é que a gente ainda tem muito o que avançar. Vivemos em um país em que 14% dos jovens estão no ensino superior; 70% no ensino privado. Esse é um sintoma muito grave que temos buscado combater, fazendo com que tenha a ampliação do ensino público, mas também a ampliação do ensino privado, do ponto de vista do PROUNI. Isso p
PV – Vocês preparam, agora, o encontro dos estudantes da Bahia…
OR – O Congresso dos Estudantes da Bahia vai acontecer de 14 a 16 de junho, na cidade de Vitória da Conquista. Será feita, também, uma série de debates, levando em conta o que a UNE produziu, no seu fórum máximo do movimento estudantil brasileiro, e a realidade local. O principal debate da UEB hoje é sobre as universidades estaduais. O primeiro debate é sobre a reestruturação e expansão das universidades. Agora, a gente percebe a necessidade de que elas joguem um peso no desenvolvimento regional. O tema do congresso é “70 anos na terra do sol: Universidade, Sertão e Desenvolvimento”. Os 70 anos é porque a UEB completou, dia 16 de janeiro, 70 anos de existência. O congresso deve aprovar resoluções no sentido de que as estaduais joguem um papel no desenvolvimento regional, que sejam criadas novas universidades federais na Bahia, mas também encabeçar lutas sobre a usurpação do capital estrangeiro no ensino privado brasileiro. A Bahia é o estado mais problemático. O capital estrangeiro chegou aqui com um peso muito forte e os estudantes daqui não podem se formar nos moldes norte-americanos. Não faz sentido.
Entrevista a Erikson Walla
Da redação de Salvador.