Manuela defende reforma política em entrevista a jornal inglês  

O jornal inglês “The Financial Times” entrevistou a líder do PCdoB na Câmara, deputada Manuela D’Ávila (RS), que recebeu destaque da edição do jornal desta quinta-feira (6) . A publicação dá ênfase à juventude da parlamentar e faz referência breve às declarações de Manuela sobre a luta pela reforma política no país para reduzir a corrupção na campanha eleitoral e garantir maior participação, especialmente das mulheres, no cenário político-partidário do país.

Somente ao contar o início de sua carreira política, o tradicional jornal faz referência à formação marxista da parlamentar, que defende no Congresso brasileiro o financiamento exclusivo e público de campanha, alegando que isso contribuiria para alterar o cenário atual no Congresso, dominado por empresários e herdeiros de famílias políticas, que operam como um “cartel”, dificultando a eleição de novos personagens, especialmente as mulheres.

“Para mim, o financiamento público de campanha poderia acabar com a corrupção”, diz ela. “Não, nada pode acabar com a corrupção”, refazendo a afirmação, “mas pode ao menos diminuir”.

Ela lamenta que o Brasil possua uma representação feminina no Congresso menor que a da vizinha Argentina, mas acredita que a eleição da presidenta Dilma Rousseff para a Presidência da República contribuiu para uma ampliação para as mulheres nos espaços de poder, com a escolha de várias mulheres para ocupar cargos ministeriais e outros também muito importantes como a Presidência da Petrobras.

Segundo ela, o fato pode parecer sem importância, mas tem grande importância na formação da geração futura.

A matéria do Financial Times procura destacar mais a juventude da parlamentar, apontando-a como uma das líderes globais da Geração Y, que nasceram na década de 1980 e se tornaram protagonistas no cenário nacional de seus países.

A publicação informa que, ao contrário do que muitos imaginam, jovens dessa geração não gastaram grande parte de seu tempo com a internet. É o caso de Manuela, que destaca mais o caso de fazer parte de uma geração de brasileiros e brasileiras que puderam votar livremente após duas décadas de ditadura militar.

“Essa é uma geração que votou de acordo com seus sentimentos verdadeiros”, disse ela, referindo-se ao período pós-regime militar, encerrado no Brasil em 1984.

Da Redação em Brasília

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