UE: Trabalhadores do setor aéreo fazem greve contra privatização

Os controladores do tráfico aéreo da França começaram nesta terça-feira (11) uma greve de três dias, convocada pelas centrais sindicais para protestar contra um projeto europeu de privatizar o setor. Nos principais aeroportos do país, inclusive de Paris, a capital, uma boa parte dos funcionários aderiu à greve, que terá a sua maior extensão nesta quarta (12), enquanto são garantidos os serviços mínimos estabelecidos pelas leis trabalhistas.

A medida obedece a um projeto da Comissão Europeia (CE) para favorecer a competitividade do capital privado neste setor, que até agora forma parte da administração pública nos países membros do bloco.

De acordo com a União Sindical da Aviação Civil, pertencente à Confederação Geral do Trabalho, essa iniciativa traria como consequência a degradação da segurança no tráfico aéreo e das condições laborais dos controladores.

Ante a magnitude do protesto, a Administração Aeroportuária francesa pediu às linhas aéreas para fazer uma drástica redução à metade de todos os voos programados entre terça e quinta desde os principais terminais do país.

Numerosas anulações se realizaram já nas cidades de Nice, Marselha, Lyon, Lille, Toulouse e Bordéus, assim como em Paris, onde não se descartam demoras ou cancelamentos de último minuto.

A União Europeia de Trabalhadores do Transporte também convocou ao protesto em outras capitais nesta quarta contra a eventual privatização do controle do trânsito aéreo.

Na Hungria estão programadas paralizações laborais, enquanto na Bélgica, Itália, República Checa, Eslovênia e Portugal os controladores comparecerão ao trabalho, mas manterão um ritmo baixo de operações.

A iniciativa, denominada "Céu único europeu", é um projeto da CE destinado a unificar sob um único organismo todos os sistemas nacionais de gestão do tráfico aéreo no bloque, com o pretexto de dar maior fluidez e rentabilidade.

O plano pretende incorporar nesta entidade regional, além dos serviços estatais, à indústria e outras empresas provedoras de serviços ao transporte de carga e passageiros por avião, o que, segundo denúncia do sindicato, abre as portas para a privatização.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho