Ex-diretor da Dina é processado por crimes na ditadura chilena

O ex-diretor da Dina, organismo de inteligência política da ditadura chilena, Manuel Contreras, foi processado pelo sequestro e desaparecimento de um membro do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR, por sua sigla em espanhol), informaram fontes judiciais, nesta quarta-feira (12).

Outros três repressores da polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet, o ex-brigadeiro Miguel Krassnoff, e os coronéis retirados Marcelo Moren e Rolf Wenderoth, estão no processo. 

A resolução foi determinada pelo magistrado Mario Carroza, da Corte de Apelações de Santiago, que indicou que os processados foram coautores dos atos.

Contretas, tenente coronel de engenheiros e chefe do órgão repressivo desde sua fundação em 1974, acumula condenações por mais de 270 anos de prisão, precisamente pelos crimes cometidos pelos agentes da Dina. Os outros processados estão na prisão cumprindo penas por violações dos direitos humanos. 

A vítima, José Calderón, jardineiro e militante do MIR, foi detido nos arredores da estão Central de Trem, na capital chilena, no dia 17 de fevereiro de 1975 pelos membros da Brigada Caupolicán deste corpo policial.

Transferido para o centro clandestino de reclusão e torturas de Villa Grimaldi, Calderón desapareceu. A Dina teve a tarefa de eliminar toda a oposição política ao regime, que de acordo com a visão ideológica da Junta Militar que governou o Chile entre os anos de 1973 e 1990, estava formada por grupos marxistas.

A sistematicidade dos sequestros, o desaparecimento de pessoas, a tortura e o assassinato resultaram nas arestas visíveis de um modo operante que cobrou inumeráveis vítimas no interior chileno e internacionalmente à sombra da Operação Condor.

Fonte: Prensa Latina