Assange critica Índia por negar asilo e elogia Equador

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, criticou nesta quinta-feira a negação do governo da Índia ao seu pedido de asilo político e exaltou a "imensa coragem" de um pequeno país como o Equador, que aceitou sua solicitação nesse sentido.

Em entrevista exclusiva publicada no jornal Times of India, o ativista australiano também afirmou que Nova Delhi deve conceder asilo político ao estadunidense Edward Snowden, que recentemente revelou os bastidores do programa de espionagem cibernético de Washington.

Na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho de 2012, Assange revelou que a Índia foi um dos primeiros países que pediu asilo.

"Decepcionou-me e entristeceu que a Índia, reconhecida como defensora dos direitos humanos, nunca respondeu minhas várias solicitações de asilo", disse.

Apontou que, ao contrário, um país pequeno como o Equador "teve a valentia" de aceitar seu pedido. "Os equatorianos mostraram uma imensa coragem e concederam-me asilo", destacou.

Depois de recordar que o país asiático tem um grande posicionamento global e mais de um bilhão de habitantes, conclamou o governo indiano "não ter medo de defender os direitos humanos" e dar asilo a Snowden, a quem chamou de "herói".

"Foi por Snowden que a Índia pôde saber como os Estados Unidos estavam espionando seus assuntos interno. É uma obrigação para a Índia protegê-lo. A Índia é uma superpotência e não tem que temer outras nações. Agora é o momento em que a Índia pode demonstrar que defende os direitos humanos", disse.

Acredita-se que o ex-assistente técnico da CIA e antigo recrutador da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos está em Hong Kong, de onde filtrou os detalhes do programa secreto de vigilância Prism.

Assange alertou Snowden de que pode ser vítima de uma "caça às bruxas" por parte de Washington e lhe aconselhou procurar asilo político em países da América Latina, "que na última década têm sido defensores dos direitos humanos".

O australiano, que tenta impedir sua extradição para enfrentar acusações forjadas na Suécia, disse estar disposto ainda a considerar uma eventual oferta de asilo na Índia.

"Nunca estive na Índia, mas tenho muitos amigos lá. O WikiLeaks tem uma grande base de apoio na Índia, mas o governo deveria mostrar mais coragem", comentou.

Fonte: Prensa Latina