Câmara faz lançamento do filme A Mesa Vermelha

As deputadas Luciana Santos (PCdoB-PE), presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, anunciam o lançamento do filme “A Mesa Vermelha”, da cineasta Tuca Siqueira, nesta terça-feira (18), às 16h30, no auditório da TV Câmara. O documentário é um resgate da memória de 23 ex-presos políticos que militaram no Estado de Pernambuco durante a ditadura militar.

O filme mostra a experiência do cárcere na Casa de Detenção e na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, e foi realizado por intermédio do Movimento Tortura Nunca Mais em Pernambuco e do Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

“Esperamos, com esta iniciativa, colaborar para que todos conheçam um passado que temos em comum e que os olhares históricos até hoje reprimidos adquiram espaço junto ao público” justificou a deputada Luciana Santos, acrescentando que “o respeito ao livre pensamento e o direito à verdade histórica devem ser valores imprescindíveis para um Estado plural e respeitador dos direitos humanos”, afirma.

O documentário é narrado a partir de depoimentos, lembranças e denúncias de 23 ex-presos políticos da ditadura militar em Pernambuco. Os protagonistas estiveram detidos, de 1969 a 1979, entre a antiga Casa de Detenção, a atual Casa da Cultura, e a Penitenciária Professor Barreto Campelo.

O filme retrata como era a convivência, as diferenças, os rachas, as greves de fome e o sentimento de solidariedade existente entre eles. “O filme começa abordando o contexto político, o que levou aquelas pessoas a atuarem em organizações, a luta, a queda e a chegada deles à prisão”, explica Tuca Siqueira.

Os ex-presos políticos eram encaminhados para duas unidades prisionais depois do período de torturas e interrogatórios para responder a processos e cumprir as penas. Estima-se que, de 1969 a 1979, cem presos políticos passaram pela antiga Casa de Detenção e 40 na Penitenciária Barreto Campelo. 

A mesa vermelha, que dá nome ao documentário, foi um elemento utilizado pela cineasta para introduzir algumas cenas e representar o cenário prisional em diversas situações. “A mesa representava a presença deles em torno dela. Ela tem o simbolismo de congregar, tomar decisões, debater e fazer reuniões”, argumenta.

As idealizadoras do filme – Lilia Gondim e Yara Falcón, que também são ex-presas políticas, contam que a iniciativa surgiu após a experiência do curta sobre o reencontro das ex-presas políticas 40 anos depois, também dirigido por Tuca Siqueira. “É um reencontro com a história. Uma lacuna que está sendo preenchida. É a história viva. Passamos muito tempo sem falar nada. Tínhamos receio”, relata Yara Falcón.

O projeto previa 24 depoimentos, mas um dos personagens, Chico Monteiro, conhecido como Chico Passeata, faleceu antes do projeto ser aprovado. “Ele era poeta e fizemos uma homenagem inserindo um dos trechos de seus poemas na gravação”, informou Lilia.

Serviço:
Documentário: A Mesa Vermelha
Tempo de duração: 1h17 minutos
Data de exibição: 18 de junho
Local: Auditório da TV Câmara
Horário: 16h30min
Direção e roteiro do documentário: Tuca Siqueira
Idealizadoras do projeto: Lilia Gondim e Yara Falcón

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Luciana Santos