Segurança Pública: Secretaria de SP investigará atuação policial

A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (14) que investigará a atuação policial excessiva durante a última manifestação, nesta quinta (13), contra o aumento no preço do transporte público. Fernando Grella Vieira, encarregado da secretaria, informou que a investigação determinará se a Polícia cometeu abusos durante as ações repressivas no protesto, que deixou um saldo de mais de 50 feridos e 243 presos.

As declarações de Grella Vieira chegam depois de cidadãos e meios de imprensa terem manifestado sua preocupação pelo uso de força excessiva durante a marcha desta quinta (13), a quarta nos últimos sete dias contra o aumento do preço do transporte público, que passou de R$ 3,00 a R$3,20.

Jornalistas têm qualificado a situação como "cenário de guerra", devido à violenta repressão policial, que gerou pânico entre a população que circulava pela rua Augusta, pela Avenida Paulista e pela Rua Consolação, por onde passaram ou foram pressionados os manifestantes.

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Vídeos divulgados pelo YouTube mostra como tropas de choque dispararam balas de borracha contra os manifestantes e repórteres que cobriam a passeata, apesar dos jornalistas terem se identificado e pedido que não atirassem.

"O protesto foi pacífico e de repente começaram a disparar contra a imprensa (…) Gritamos dizendo que éramos jornalistas, mas não se importaram", disse a repórter Raiza Rocha.

Outras imagens mostram manifestantes que tentaram entregar flores à polícia e receberam em troca balas de borracha. Além disso, o disparo de bombas de gás lacrimogêneo e outras de efeito moral diretamente contra os manifestantes também foi denunciado.

Manifestação e negociação

Um questionário da empresa Datafolha divulgado nesta sexta-feira (14) revela que a maioria dos cidadãos de São Paulo apoia as manifestações contra o aumento do custo do transporte público, apesar de muitos criticarem a violência retratada pela grande mídia atribuída aos manifestantes em geral, principalmente na "destruição de patrimônio".

Segundo a pesquisa, entretanto, 55% dos entrevistados apoia o protesto, enquanto 41% é contra.

O Movimento Passe Livre, que convocou esta última manifestação, fez outro chamado através das redes sociais para uma reunião na próxima segunda-feira (17), para pressionar pelo reajuste do custo do ônibus, dos trens e do metrô, embora o prefeito da cidade, Fernando Haddad, já tenha se manifestado sobre o assunto, explicando que o reajuste foi mantido abaixo da inflação e pedindo o diálogo.

Haddad convocou os membros do Conselho da Cidade para uma reunião extraordinária na próxima terça (18), às 9h, na sede da Prefeitura de São Paulo, a fim de discutir o transporte público no município. Ele afirmou a intenção de convocar o Movimento Passe Livre para o encontro.

Com agências,
da redação do Vermelho