"Reacionários": Presidente da Comissão Europeia critica a França

O diário estadunidense The New York Times publicou neste domingo (16) uma entrevista com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, no contexto da reunião do Grupo dos Oito (G8), na Irlanda do Norte. Barroso criticou a França pela posição de proteção da indústria cinematográfica e de televisão europeia em acordos comerciais com os EUA, assim como a evasão fiscal de grandes multinacionais. Nesta segunda-feira (17), Barroso reúne-se com o presidente estadunidense, Barack Obama.

José Manuel Durão Barroso - AFP

O presidente da Comissão Europeia (CE), que é o Executivo da União Europeia (UE), disse que a Europa deve evitar oposições “reacionárias” à globalização, em crítica aos esforços liderados pela França de proteger a indústria cinematográfica e de televisão do continente, durante negociações comerciais com os EUA.

Barroso manteve-se focado, durante a entrevista, em criticar a dedicação da França em limitar o alcance do pacto comercial transatlântico, que deve ser debatido durante a cimeira do G8, iniciada nesta segunda. O acordo foi forjado em uma longa reunião entre os ministros do Comércio da UE nesta sexta (14), em Luxemburgo, de acordo com The New York Times.

O ponto defendido pela França para a exclusão da indústria cinematográfica e de televisão do acordo, ao menos inicialmente, foi a necessidade de proteger a diversidade cultural europeia.

Barroso afirmou, entretanto, que a postura é “parte da agenda antiglobalização que eu considero completamente reacionária; […] alguns dizem que são da esquerda, mas na verdade são culturalmente extremamente reacionários”.

Porém, enquanto bastante sintonizado com Washington na questão do livre-comércio, o presidente da CE também abordou o programa de vigilância eletrônica dos EUA e defendeu a ênfase europeia da economia de austeridade, que a administração Obama vê como contraproducente.

Além disso, Barroso também pediu medidas mais duras contra companhias multinacionais que usem métodos agressivos para esquivar-se dos impostos.

A batalha contra evasão fiscal ilegal, assim como a tática legal mas questionável que grandes companhias usam para evitar os impostos serão um tópico central durante a cimeira de dois dias do G8, formado pelos Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e quatro países europeus.

Com informações do
The New York Times,
da redação do Vermelho