Premiê do Iraque critica a UE pelo apoio aos rebeldes na Síria

O primeiro-ministro do Iraque Nuri al-Maliki advertiu nesta terça-feira (18), à chefe de Relações Exteriores da União Europeia (UE), Catherine Ashton, que armar os grupos rebeldes que atuam na Síria significa destruir e desestabilizar o Oriente Médio. Ashton chegou para uma visita surpresa à capital iraquiana, Bagdá, para discutir “a cooperação e a coordenação entre o Iraque e a UE”, de acordo com um comunicado oficial.

Maliki e Ashton encontraram-se na chamada Zona Verde para uma reunião, e conceitos similares de cooperação foram ressaltados pelo presidente da Síria, Bashar Al-Assad, nesta segunda (17), em declarações à imprensa.

O premiê iraquiano, assediado por uma onda de atentados e ataques contra o Exército e a Polícia, reivindicados por entidades identificadas com os grupos armados na Síria, insistiu em que o seu país apoia uma solução política à crise no vizinho, baseada no diálogo e a não intervenção nos assuntos internos, princípio fundamental do direito internacional.

O anúncio oficial iraquiano choca com a postura da UE, que há poucos dias suspendeu o embargo de armas aos grupos rebeldes na Síria e anunciou que proporcionará apoio bélico ao que chama de “oposição” no país.

Há poucas semanas o governo iraquiano lançou uma operação militar em suas fronteiras ocidentais para impedir a passagem de armas e homens (mercenários) para os grupos na Síria.

Ashton tem na programação uma viagem ao Egito, ainda nesta terça, para examinar a situação criada pela construção de uma represa na Etiópia, no Rio Nilo, o que criou uma diferença aguda entre o Cairo e Adis Abeba (respectivas sedes de governo), e a postura egípcia com relação ao conflito interno na Síria.

O governo iraquiano já havia se demonstrado contrário, por exemplo, à concessão do assento da Síria na Liga Árabe à Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS), que diz representar a oposição, desde fora do país. A Síria foi suspensa da Liga em 2011, através de uma medida irresponsável e de ingerência nos assuntos da política síria, quando os confrontos com os grupos armados eclodiram.

Já o presidente do Egito, Mohamed Mursi, anunciou na semana passada a ruptura das relações diplomáticas com a Síria, durante um ato em apoio às forças contrárias ao governo de Damasco.

Com agências,
da redação do Vermelho