Rússia evita ingerência e media declaração do G8 sobre a Síria

No fim da cimeira do Grupo dos Oito (G8) na Irlanda do Norte, nesta terça-feira (18), os líderes dos países mais industrializados conseguiram resultados mistos nos principais debates: a evasão fiscal e um consenso sobre como agir no caso da guerra na Síria. Vladmir Putin, presidente da Rússia, manteve o compromisso irredutível com o respeito pela soberania síria e com um diálogo político para uma solução para o conflito, enquanto outros líderes defendem o envio de armas aos grupos insurgentes.

G8 fim - AFP/Getty Images

Um comunicado foi emitido nesta terça, pedindo um fim à violência na Síria, sem mencionar um “destino” para o presidente Bashar Al-Assad. Putin já havia reiterado a sua oposição completa à ingerência externa no caso dos países, como os EUA, que “exigem” a demissão do presidente sírio, embora ele tenha amplo apoio popular.

De acordo com o documento, foi concluído que a conferência internacional denominada Genebra 2, com a participação das partes envolvidas e de atores importantes regionais e internacionais deveria ser realizada o mais rápido possível.

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A conferência já havia sido acertada entre os chanceleres da Rússia e dos EUA, em maio, com base no Consenso de Genebra, de junho de 2012, que concluía que a única solução para o conflito na Síria era um diálogo político.

“Continuamos compromissados com uma solução política à crise, baseada na visão por uma Síria unida e inclusiva”, diz o documento. “Endossamos firmemente a decisão de realizar, o mais breve possível, a conferência de Genebra sobre a Síria”.

Embora membros da Coalizão Nacional das Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS), que diz representar a oposição, tenham exigido a demissão de Assad antes de aceitarem participar da conferência, a Rússia afirmou que uma menção a essa condição não era aceitável.

“Estamos convencidos de que isso seria extremamente errado, prejudicial e afetaria completamente o equilíbrio político”, disse o ministro-adjunto das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, em tom mais diplomático.

Embora tenha havido um acordo formal sobre a necessidade das conversações, isso já tinha sido concluído no encontro entre a Rússia e os EUA em maio; por tanto, alguns acreditam não ter significado um grande avanço.

Por outro lado, o resultado significativo foi o afastamento da possibilidade de uma declaração que condenasse o regime do presidente Assad e institucionalizasse oficialmente o apoio aos grupos armados, o que países como os EUA e outros europeus já fazem individualmente e buscavam que acontecesse de forma coletiva na cimeira.

Com informações da Deutsch Welle,
da redação do Vermelho