Megaprotesto reúne 300 mil pessoas no Centro do Rio de Janeiro

A manifestação por melhorias nos transportes públicos, além de fiscalização dos contratos com as empresas, reúne aproximadamente 300 mil pessoas no Centro do Rio na noite desta quinta-feira (20). Essa é a maior manifestação do país.

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A manifestação começou por volta das 17 horas e seguia pacificamente, entretanto algumas pessoas exaltadas provocavam a polícia que revidava e houve conflitos. Alguns policiais atiraram de cima dos prédios dos correios e com bombas de gás lacrimogêneo nas ruas. Os disparos criaram um cenário surreal, de correria e de fumaça. Os presentes se protegiam com tapumes.

Outro momento de tensão foi no encontro entre participantes e grupos filiados a partidos políticos e entidades sociais, que portavam bandeiras da União da Juventude Socialista (UJS), da União Nacional dos Estudantes (UNE), do PCdoB, PT, PSTU e do PCB que desciam a Rua Uruguaiana em direção à Avenida Presidente Vargas, onde uma multidão estava reunida. “Sem partido”, repetiam. “Sem fascismo” e "viva a democracia", respondiam os militantes partidários.

O grupo mais exaltado e desordeiro soltou morteiros em direção ao grupo que portavam as bandeiras de movimentos e de partidos. Os manifestantes tiveram que se proteger em ruas paralelas e se retiraram da passeata.

Na defesa dos partidos e da UNE, uma manifestante lembrou que os partidos estão à frente da marcha desde o inicio e que a organização de hoje, pela primeira vez com carro de som, se deve a esses partidos. "São essas organizações que pautam a manifestação quando só tinham 50 pessoas confirmadas no começo. Sofreram toda a violência e conseguiram lançar o estopim para o que estamos vendo hoje", disse.

Segundo manifestantes, os agressores – que usam máscaras do grupo Anonymous -, estavam praticando pequenos furtos, hostilizando representantes de partidos, de movimentos sociais e até a própria imprensa.

O ex-presidente da UNE, o estudante Daniel Iliescu, que participava da manifestação, informou ao Portal Vermelho que acredita na participação de pessoas infiltradas na manifestação com o objetivo em causar desordem. "Nós identificamos que há uma galera que já veio para a manifestação com o intuito de brigar e causar transtornos, elas foram pagas pela ultra-direita e já vieram com outra intenção, não há nada de espontâneo nisso", disse indiganado.

Cerca de 20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) também chegaram a ser expulsos da concentração para o protesto. Os militantes foram encurralados na esquina da avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram socos e empurrões.

Parte da PM segue jogando bombas dos dois lados da Avenida Presidente Vargas para dissipar os manifestantes, que não conseguem sair do local. A manifestação é acompanhada também pelos Batalhão de Choque (BPChq), que reage com granadas de efeito moral, spray de pimenta e gás lacrimogênio. Ainda não há informações sobre feridos.

A polícia tenta impedir o protesto soltando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os ativistas.

Da redação, com agências