Chefes de Estado africanos coordenam ações contra a pirataria

A cimeira de chefes de Estado e governo da Comunidade Econômica de Estados da África Central (Ceeac), da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) e da Comissão do Golfo da Guiné resultou em um acordo, nesta quarta-feira (26), em Iaundé (capital dos Camarões), sobre a adoção do Código de Conduta para a Repressão e a Prevenção de Atos de Pirataria Marítimos, um tema que vem sendo discutido há alguns anos, e que afeta também o Golfo de Áden, na região da Somália.

Cimeira de Iaundé - AFP

Segundo um comunicado emitido no fim do encontro, nesta quarta, os mandatários condenaram também as atividades ilícitas na África Central e do Oeste. Os países da Cedeao, da Ceeac e da Comissão do Golfo da Guiné subscreveram, neste marco, um memorando de entendimento, para garantir a segurança nessas regiões.

Durante os debates no foro, os governantes concordaram sobre a necessidade de combater, “sem trégua”, os atos criminais e de pirataria no Oceano Atlântico, que provocam instabilidade e perdas econômicas milionárias.

De acordo com dados da Cedeao, ao menos mil marinheiros, em 2012, foram vítimas da pirataria no Golfo da Guiné, com assaltos que ocasionaram perdas financeiras de quase 80 milhões de euros (231 milhões de reais).

Ao fazer um balanço do foro, o ministro de Defesa de Angola, Cândido Pereira Van Dúnem, considerou que a cimeira deu importantes passos de avanço estratégico para o combate contra a pirataria, assaltos a mão armada no mar e outras ações violentas.

“Esses atos ilícitos tornam cada vez mais perigosa a situação no Golfo da Guiné”, afirmou, depois de assistir à reunião como representante do governo angolano.

Enquanto isso, a própria "pirataria" vem sendo discutida por cientistas políticos, principalmente africanos, como uma problemática da política internacional de marginalização, principalmente pela crescente pressão europeia e estadunidense sobre os governos africanos para o tratamento da situação, mais uma vez, a partir da militarização das ações.

Entretanto, também cabe ressaltar a realização de fóruns africanos sobre a questão, com abordagens regionais e decisões dos próprios líderes locais.

Com informações da Prensa Latina
Da redação do Vermelho