Primárias do Chile põem Michelle Bachelet à frente nas eleições

O cenário eleitoral no contexto das eleições presidenciais de novembro, no Chile, ficou configurado a partir das eleições primárias deste domingo (30/6), com os triunfos dos candidatos Michelle Bachelet, de centro-esquerda, e Pablo Longueira, de direita. A ex-presidenta teve uma vitória folgada, liderando o pacto opositor Nueva Mayoría (antiga Concertação) com mais de 73% dos votos.

Michelle enfrentou nas urnas os rivais Claudio Orrego, da Democracia Cristã, José Antonio Gómez, do Partido Radical Social Democrata, e Andrés Velasco, independente.

A ex-presidenta do Chile, além do respaldo de seus correligionários do Partido Socialista, recebeu o apoio dos partidos pela Democracia, Comunista, Esquerda Cristã e do Movimento Amplo Social.

Na aliança governamental direitista, o ex-ministro de Economia Longueira, da União Democrata Independente (UDI), derrotou o candidato da Renovação Nacional, o ex-titular de Defesa Andrés Allamand por 51,3% frente a 48,65%.

De acordo com os cálculos de empresas de pesquisa e analistas, no próximo novembro haverá uma lista de oito candidatos, e o vencedor será Longueira ou Bachelet, com a balança inclinada à ex-presidenta, com o atual impulso das forças de oposição.

As primárias deste domingo evidenciaram que três em cada quatro chilenos que votou, o fez a favor dos partidos de oposição, demonstrando que o país demanda e necessita de profundas mudanças sociais, segundo valorou Orrego ao reconhecer sua derrota para Michelle e oferecer-lhe o seu apoio e o do seu partido.

Na opinião do político democrata-cristiano, os votos ganhos pela oposição mostraram o desejo maioritário de que a direita saia do poder.

De acordo com os números, o pacto Nueva Mayoría recebeu pouco mais de dois milhões de votos, e dentro desta agrupação, Michelle recebeu, por si só, mais de 1,5 milhão de votos.

Por outro lado, os dois candidatos da aliança da direita, em seu conjunto, rondaram os 800 mil votos.

Michelle defende a educação pública e gratuita para os cidadãos de renda baixa e uma reforma tributária que permitira arrecadar 8,2 bilhões de dólares, dinheiro que seria destinado a reformar o ensino, com ênfase na qualidade e na gratuidade.

A reforma tributária anunciada pela candidata inclui aumentar gradualmente de 20 para 25% os impostos pagos pelas empresas, enquanto o teto das taxas, para as pessoas físicas, abaixaria de 40 a 35%.

Michelle também defende uma reforma constitucional, para colocar fim à atual Carta Magna, herdada da ditadura de Pinochet (1973 – 1990).

Longueira, que iniciou a sua carreira política na época de Pinochet, disse ser contrário à educação gratuita para todos os cidadãos, critério difere das reivindicações estudantis de ensino gratuito para todos, independentemente do seu poder aquisitivo.

Já sobre uma possível reforma tributária, manifestou que esperaria a conclusão das primárias para determinar quanto dinheiro o seu programa de governo necessitaria.

Nas primárias de domingo, a abstenção foi menor do que a esperada. O processo de votação iniciou-se de maneira muito lenta, no começo da manhã, sob a influência de temperaturas geladas.

Durante o transcurso do dia, houve maior afluência dos eleitores às urnas, até que se chegou aos 20% do padrão eleitoral, superior aos 10% do previsto pelas pesquisas.

A lei de inscrição automática e voto voluntário, estreada nas eleições municipais de outubro de 2012, incrementou o padrão eleitoral de 8,1 milhões a 13,3 milhões de pessoas. Nessas eleições, a abstenção chegou a 60%.

Nas eleições de novembro concorrerão Michelle Bachelet, Longueira e sete independentes, como o líder do Partido Progressista, Marco Enríquez-Ominami, que também tem o respaldo do Movimento do Socialismo Allendista.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho