Brasileiros são destaque mundial em olimpíada profissional

“É uma honra termos conseguido trazer para a competição o ex-presidente de uma das maiores economias do mundo, que também foi um aprendiz como todos esses competidores. Lula é um exemplo de onde se pode chegar com trabalho duro, força de vontade e com o apoio certo”, afirmou Simon Bartley, presidente da World Skills, a maior competição profissional do mundo.

Nesta terça (2), ao lado da ministra da Educação e Pesquisa da Alemanha e outras autoridades da União Europeia e do estado alemão da Saxônia, Bartley participou da coletiva de abertura da World Skills. As competições, que levaram à Alemanha mais de mil estudantes de 53 países começam nesta quarta-feira (3) e terminam no domingo, dia 7. O Brasil, que ficou entre os três primeiros nas últimas três edições da World Skills, será sede da próxima edição do evento, em 2015.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita a competição na cidade alemã de Leipzig nesta quinta-feira (4). Lula foi convidado para falar e compartilhar suas experiências dentro e fora do governo no “fórum de líderes”, conferência que acontece no Centro de Convenções de Leipzig.

Os estudantes que representam o Brasil no World Skills estão entre os melhores do mundo em suas profissões. Na última edição da competição, realizada em outubro de 2011 em Londres, o Brasil foi o segundo colocado em eficiência, atrás apenas da Coreia do Sul e à frente de Japão, Suíça e Cingapura, entre outros países.

Os brasileiros foram ouro em desenho mecânico em CAD, eletrônica industrial, joalheria, mecânica de refrigeração, mecatrônica e webdesign. Além dos campeões, o Brasil trouxe também três medalhas de prata, duas de bronze e mais de dez certificados de excelência. Neste ano, são 41 competidores brasileiros, participando de 37 disciplinas, que passam pelas mais diferentes áreas, de metalurgia a moda, passando por tecnologia da informação e design gráfico.

Guilherme de Souza foi um dos campeões de 2011. Ele entrou no Senai aos 14 anos e hoje trabalha como instrutor. Neste ano ele está novamente na World Skills, não mais como competidor, mas contratado pela organização do evento. “Quando eu conto no Brasil que sou campeão mundial numa área de tecnologia (desenho mecânico em CAD), todo mundo me pergunta: ‘mas você ganhou dos japoneses, dos coreanos?’. Todo mundo se surpreende com os resultados que o Brasil têm nessas competições”, conta. E aposta que o ex-presidente vai gostar da visita. “Acho que ele vai gostar de ver que o exemplo que ele deu está vivo. E vai gostar de ver como estão hoje os brasileiros que, como ele, foram aprendizes no Senai, fazendo o que ele fazia, mas agora com muito mais tecnologia”.

Os organizadores esperam um público visitante de entre 180 e 200 mil pessoas durante os cinco dias de evento. Para o brasileiro Roberto Monteiro Spada, vice-presidente do World Skills e professor do ensino profissionalizante há 39 anos, essas competições são uma oportunidade única de reunir lideranças políticas, empresariais e educacionais. “Hoje o Brasil tem um modelo de escola profissionalizante que é estudado nos países mais ricos do mundo. E nós também aprendemos muito a cada competição. Minha missão aqui é a mesma dos alunos: a busca da excelência”.

Fundada em 1950, a World Skills International tem hoje 68 países membros e tem sede em Amsterdã. Para esta edição da competição, 53 países enviaram representantes a Leipzig.

Fonte: Instituto Lula