Mais de 28 milhões de crianças não têm aulas em zonas de conflito
Mais da metade dos 57 milhões de crianças sem acesso à escola vive em países afetados por conflitos, revela um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgado nesta sexta-feira (12).
Publicado 12/07/2013 11:20
O documento defende a necessidade de se “atuar urgentemente” para que os 28,5 milhões de crianças em idade de integrar o ensino primário, dos quais 55 % são meninas, possam ir à escola, já que estão sem acesso à educação por viverem em zonas de conflito.
De acordo com a Unesco também 20 milhões de adolescentes não escolarizados, quase um terço do total, vivem em países afetados por conflitos, dos quais 54 % são mulheres.
No entanto, o número de crianças não escolarizadas está em queda, tendo diminuído de 60 milhões em 2008 para 57 milhões em 2011. Mesmo assim, a Unesco alerta que “os benefícios deste avanço lento não chegaram às crianças dos países afetados por conflitos”.
Nestas regiões do globo vivem “50 % das crianças sem acesso à educação”, enquanto em 2008 não superavam os 42 %.
De acordo com os dados da Unesco, 44 % dos 28,5 milhões de crianças vivem na África subsariana, 19 % na Ásia meridional e ocidental e 14 % em Estados árabes.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokoya, observou que “não é frequente que a educação integre a avaliação dos danos causados por um conflito”, pois a atenção da comunidade internacional e dos meios de comunicação não costuma ser concentrada nos “custos ocultos e nas sequelas duradouras da violência”. O setor da educação, aponta, é aquele em que esses custos e sequelas “são mais evidentes”.
O relatório da Unesco lamenta que a ajuda humanitária destinada à educação tenha diminuído, considerando esta situação preocupante, já que a “necessidade de fundos é hoje maior do que nunca”, pois existem mais refugiados e as crianças “representam metade das pessoas que foram deslocadas pela força”.
Hoje, este problema, realça a organização, “não é tão dolorosamente visível em mais nenhum lugar como é na Síria”.
Fonte: EBC