Polícia chilena reprime manifestantes em greve geral  

A greve geral que ocupou as ruas do Chile com milhares de manifestantes desde a manhã da última quinta-feira (11) terminou com dezenas de prisões. Entre os detidos, estão mais de dez dirigentes sindicais da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Chile. 

Chile - repressão - Agência Efe

Mais de 150 mil pessoas foram às ruas e avenidas das principais cidades chilenas de acordo com a central sindical. Nas contas dos Carabineiros (polícia chilena), a multidão não passou de 30 mil.

Raúl de la Puente, presidente da Anef (Associação Nacional de Empegados Fiscais), assegurou que a adesão de 90% dos 100 mil membros da entidade não permitiu que “o país funcionasse de modo normal”. O ministro do Interior, Andrés Chadwick, rebateu e afirmou que somente 6% dos funcionários públicos compareceu à paralisação.

Por meio de sua conta no Twitter, a CUT disse esperar desculpas públicas do governo de Sebastián Piñera pela forma que lidou com as manifestações. “Hoje, vimos a violência que veio do governo, que não sabe se entender com as organizações sociais”, comunicou.

A jornalista Beatriz Michell, correspondente da rede Telesur no Chile, foi agredida enquanto cobria as manifestações em Santiago, que se iniciaram às 11h e foram até as 14h.O general Rodolfo Pacheco, chefe da zona metropolitana da polícia, afirmou que a manifestação foi pacífica e os distúrbios foram causados por grupos minoritários após a passeata ter chegado ao fim.


A ex-líder estudantil e atual candidata a deputada Camila Vallejo, presente também na manifestação, denunciou que num país "que produz tanta riqueza" existem "mais de 5,5 milhões de trabalhadores assalariados que geram milhões de pesos por salários miseráveis".

Esta greve ocorre precisamente no 42º aniversário da nacionalização do cobre decretada em 1971 pelo presidente Salvador Allende, mas em 1981 Augusto Pinochet permitiu a concessão de sua exploração para empresas privadas.

Apoiada pelo Movimento Estudantil e por outras importantes organizações sociais, a greve  tinha como principais demandas: o aumento do salário mínimo para US$ 500 (frente aos US$ 386 atuais), o fim do sistema previdenciário privado e a criação de um novo código trabalhista.

Com Opera Mundi