Terceira rodada de negociações sobre Kaesong termina em fracasso

A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e a Coreia do Sul não conseguiram chegar nesta segunda-feira (15) a um acordo sobre o reinício das operações do complexo industrial conjunto localizado na região fronteiriça de Kaesong, paralisadas há cerca de três meses.

Fontes do Ministério de Unificação da Coreia do Sul citadas pela agência de notícias Yonhap indicaram que o fracasso era esperado porque continuavam inalteradas as diferenças sobre como abordar esse relançamento do único projeto entre as duas partes.

A terceira rodada de negociações começou de manhã e ao longo do dia foram realizadas duas plenárias e dois encontros entre os chefes das respectivas delegações, de acordo com os detalhes fornecidos pela agência chinesa de notícias Xinhua.

O encontro teve como sede o próprio parque industrial em Kaesong, localidade norte-coreana próxima ao Paralelo 38.

Enquanto Seul pede a Pyongyang que se responsabilize pelos danos sofridos pelas instalações durante estes três meses, a RPDC responsabiliza a Coreia do Sul pela suspensão dos trabalhos devido às extensas manobras militares realizadas junto aos Estados Unidos.

O governo de Seul exige também que essa zona de Kaesong se converta em um parque industrial internacional e pede a Pyongyang que permita investimento de companhias estrangeiras.

De acordo com os detalhes circulados em Pequim, Seul pressiona Pyongyang a assegurar que o atual cenário de paralisação das atividades não se repetirá. As atividades foram suspensas em 9 de abril, quando a RPDC retirou seus 53 mil empregados.

A Coreia Popular, no entanto, faz um chamado à Coreia do Sul a reabrir imediatamente o parque industrial assim que for concluído o trabalho de manutenção em Kaesong, onde funcionam 123 indústrias sul-coreanas.

Representantes das duas partes se reuniram no sábado 6 de julho, voltaram a se encontrar no dia 10 e ali acertaram a rodada desta segunda em Kaesong. Até agora se desconhece se as partes voltarão à mesa de negociações.

Na semana passada, a agência de notícias KCNA disse que a RPDC tinha apresentado "uma proposta prática e racional para que comecem os trabalhos nesse parque industrial, sobre a base do entendimento e confiança mútuos, no espírito da declaração de 15 de junho" (assinada no ano 2000).

"Apesar desses sinceros esforços para chegar a um acordo", comentou a KCNA, a parte sul fez "declarações sem fundamento que responsabilizam a RPDC pela suspensão das operações no complexo de Kaesong, sem nenhuma proposta realista para retomar os trabalhos".

Fonte: Prensa Latina