Secretaria de Saúde intensifica campanha de doação de órgãos

Há pelo menos seis anos o Ceará comemora os bons números de doações e transplantes de órgãos e tecidos. As posições de liderança que o Estado assume em nível nacional orgulham os cearenses. No primeiro semestre deste ano foi o Estado que mais fez transplantes de fígado no país, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), com 20,4 transplantes por milhão da população, à frente do Distrito Federal, com 17,1, e São Paulo com 15,1.

Foi também o primeiro em transplantes de pâncreas, realizando de janeiro a março deste ano 3,3 transplantes por milhão da população, superando o Paraná, com 2,7, e São Paulo, 1,4. Campeão em transplantes porque também é líder em doações. No primeiro semestre deste ano, o Ceará, com 19,9 doadores por milhão da população, ficou atrás apenas do Distrito Federal, 28,0, e Santa Catarina, que registrou, conforme o RBT 21,1 doações por milhão da população.

Doações que precisam ser mantidas com o sim das famílias. Sim que vem sendo reduzido de abril para cá. Em abril a Central de Transplantes do Estado registrou 17 doadores, em maio 19, em junho 10 e até a última semana, foram efetivadas neste mês de julho 4 doadores.

"A negativa das famílias está em 40%. De cada 100 famílias abordadas sobre a importância da doação, 40 dizem não, quando a média do Estado é de 37%", informa a coordenadora da Central de Transplantes, a médica Eliana Barbosa. Ela afirma que "mesmo a média de não das famílias do Ceará ainda está abaixo da média nacional, que é de 41%, estamos mobilizando a sociedade, as equipes das comissões intrahospitalares e as associações de transplantados para mantermos o ritmo crescente de doações e transplantes e, assim, contribuirmos cada vez mais em salvar vidas". O ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que a doação receba menos de 20 por cento de negativa das famílias.

No Brasil, para ser um doador não precisa deixar nada por escrito, em nenhum documento. Ainda há muita gente que acha que é preciso registrar o desejo de ser doador de órgãos na carteira de motorista, mas isso não é necessário. Basta conversar com a sua família e avisar que é um doador de órgãos. A doação de órgãos acontece após autorização da família. O coração, pulmões, fígado, rins, córneas e ossos podem ser doados de uma pessoa que teve o diagnóstico de morte encefálica, que é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico para total segurança da morte encefálica.

Fonte: Sesa