Violência no Sinai egípcio se intensifica com presença militar

Seis egípcios foram mortos e 11 ficaram feridos em diversos ataques de militantes na Península do Sinai, perto da fronteira com Israel e a Faixa de Gaza palestina, de acordo com informações médicas desta segunda-feira (22). As vítimas eram dois civis, dois oficiais do Exército e dois policiais, de acordo com a fonte, nos ataques realizados contra escritórios da polícia e postos de controle militar, nas principais cidades do norte da província, Rafah e El-Arish.

Península do Sinai - AFP / Said Khatib

Os últimos episódios de violência na região têm sido considerados os piores do mês em termos de quantidade de ataques e vítimas em um único dia.

A região do Norte Sinai é, de acordo com o portal Al-Akhbar, uma “base para islamistas radicais” que, nos últimos dois anos aumentaram seus ataques contra forças da segurança, explorando um vácuo após a revolta de 2011, que culminou com a derrubada do ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak.

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A violência chegou ao pico após o Exército destituir o presidente islamista eleito Mohamed Mursi, no dia 3 de julho, apenas um ano depois da sua eleição. Os militantes têm atacado, desde então, diversos postos da segurança e outros alvos quase diariamente, matando ao menos 20 pessoas.

A onda de ataques no Sinai também aumentou após o reforço das tropas egípcias na região “cada vez mais desregrada”, segundo Al-Akhbar, na fronteira com Gaza, depois de Israel ter concordado com o pedido do Egito para enviar dois batalhões à região para “combater o terrorismo”.

O consentimento de Israel foi requisitado porque o envio de forças militares ao Sinai era restrito pelo acordo de paz de 1979 entre israelenses e egípcios.

Após uma ofensiva militar iniciada na semana passada, dez islamitas foram mortos na península em apenas dois dias. A ação das forças armadas egípcias na região também é problemática devido ao impacto na Faixa de Gaza, onde o Exército acredita circularem os rebeldes.

Recentemente, operações egípcias para a destruição de túneis (que também servem ao transporte de bens de consumo básico ao território bloqueado militarmente, além de armas e munição) foram realizadas quase ao mesmo tempo em que Israel realiza as suas próprias, o que intensifica uma situação de sítio em Gaza.

Com Al-Akhbar,
Da redação do Vermelho