Tom Zé e Ellen Oléria dividem o palco no CCBB

Superlativo. Assim é o baiano Tom Zé, principal atração do projeto TODOS OS SONS – DOMINGO CCBB no mês de julho.

Tom Zé foi o único brasileiro a se apresentar tanto no MoMA de NY quanto no Walker Art Center, é autor do único disco brasileiro a figurar entre os 150 melhores discos da década de 1990, segundo a Revista Rolling Stone, e único brasileiro a ser convidado pelo Festival Composer to Composer (EUA), no qual recebeu o Prêmio de Criatividade. Tudo é grandioso em Tom Zé. O baiano sobe ao palco do projeto TODOS OS SONS – DOMINGO CCBB, no dia 28 de julho, depois das apresentações de duas excelentes atrações de Brasília, o grupo Sexy Fi e o duo de violões Duplo Click, e logo após o furacão Ellen Oléria ocupar o palco do gramado do CCBB com o lançamento de seu primeiro disco pela Universal Music, o CD Ellen OIéria. Os shows começam às 17h, a entrada é franca e a classificação indicativa é livre.

O final da tarde regado a música começa com a apresentação da banda brasiliense Sexy Fi, que recebeu elogios da revista norte-americana Time, do jornal britânico The Guardian, da National Public Radio americana e do programa de Gilles Peterson na BBC Radio 6 por sua versatilidade sonora. Sexy Fi faz no palco do projeto TODOS OS SONS o lançamento do CD Nunca Te Vi de Boa, o primeiro da carreira da banda. Em seguida, o palco será tomado pelo som dos violões de dois mestres do instrumento, Toninho Maya e Edilênio Souza, que integram o duo Duplo Click.

A terceira atração do projeto neste mês de julho promete arrastar uma multidão de fãs: Ellen Oléria lança no palco do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília seu mais recente CD, Ellen Oléria, no qual passeia por clássicos da MPB e apresenta composições próprias. E encerrando a maratona musical, o grande Tom Zé, lançando o CD Tropicália Lixo Lógico, a mais nova invenção do músico baiano que vem sacudindo o Brasil há décadas. Segundo Caetano Veloso, o disco “é o melhor de Tom Zé desde seu renascimento”.

TODOS OS SONS – DOMINGO CCBB tem curadoria e coordenação geral de Guilherme Reis, produção de Cláudia Gomes e Alaôr Rosa. Cenografia e coordenação técnica de Dalton Camargos.

OS ARTISTAS

SEXY FI

Com Camila Zamith (voz), JP Praxis (guitarra), Ivan Bicudo (guitarra e teclado), Márlon Tugdual (bateria) e Diogo Saraiva (baixo), o Sexy Fi começou entre 2010 e 2011 e marca uma nova fase na carreira de seus integrantes, que antes formavam o cultuado Nancy. Sexy Fi chega ao palco do projeto TODOS OS SONS – DOMINGO CCBB para fazer o lançamento do primeiro disco da banda, Nunca Te Vi de Boa, lançado também nos Estados Unidos, Europa e Japão por meio da Far Out Recordings, gravadora britânica especializada em catálogo brasileiro. O disco chega com o aval de John McEntire – renomado produtor e baterista do Tortoise e The Sea & Cake – responsável pelas gravações no SOMA Electronic Music Studios, em Chicago (EUA). Nunca Te Vi de Boa é um voo panorâmico pela capital brasileira, contado por quem conhece e viveu em todos os cantos da capital. Diferentemente do rock dos anos 1980 ou das produções politizadas que tomaram conta da música feita em Brasília, o Sexy Fi revela uma metrópole que vai além da arquitetura de Oscar Niemeyer e das decisões políticas do Congresso Nacional.

Títulos como Plano: Pilotis e Brasília Graffiti formam a crônica de uma capital federal feita de pessoas comuns, momentos, sonhos e ruas. Experiências mais pontuais podem ser encontradas em Roriz 2010, cantada em inglês, ou no bairrismo incontido no título de Looking Asa Sul, Feeling Asa Norte. Já Togetherness apresenta uma entoação vocal que beira o lúdico.

DUPLO CLICK

Criado há dois anos, pelos guitarristas, violonistas e compositores Toninho Maya e Edilênio Souza, o duo nasceu com o objetivo de explorar as diversas sonoridades e nuances que envolvem os violões de aço e de nylon. Sem determinar um gênero musical específico, o trabalho do DUPLO CLICK busca um repertório que passa pelos standards do jazz, as bossas brasileiras, enriquecidas na sutileza do blues, temperadas pelo swing do soul, energizado pelo rock e sensibilizado nas baladas românticas de autores diversos que marcaram a música nacional e internacional. Toninho Maya é músico desde 1978, tendo integrado grupos como Chakras e Banda Artimanha e acompanhado artistas como Cássia Eller, Leila Pinheiro, Zélia Duncan, Dinho Ouro Preto, dentre outros. Também já dividiu o palco com grandes instrumentistas brasilienses como Vidor Santiago, Jorge Elder, Adriano Giffoni, Renato Vasconcelos, Sérgio Galvão e Lula Galvão. Edilênio Souza começou a carreira ainda adolesce nte. Integrou a banda Raízes e Ocbrass, com a qual gravou sete discos, viajou pelo Brasil e pelo exterior. Tocou ao lado de Paulo André, Osvaldo Amorim, Renato Vasconcellos, Allen Pontes, Marquinhos Brito, Nema Antunes, Wanda Sá e outros. Estudou com Ian Guest, Renato Vasconcellos, Hélio Delmiro e Joel Barbosa.

ELLEN OLÉRIA

Nomeada como A Voz do Brasil em 2012 (após vencer o primeiro The Voice Brasil, da TV Globo), Ellen Oléria tem conquistado a cada dia mais espaço no coração dos brasileiros. Seu entusiasmo, o sorriso que nunca sai do rosto fazem desta uma cantora e compositora singular. Multi-instrumentista e atriz, Ellen faz o que tem sido batizado de “música preta brasileira”. E passeia pelos ritmos, estilos e expressões musicais com imensa liberdade e segurança. Ela poderia ser sambista e é. Poderia ser uma cantora de MPB e é. Poderia ser cantora de soul, jazz, afoxés ou ser chamada MC porque é. Ellen aglutina em sua voz todas essas expressões da música, reflexo de seu tempo e seu lugar.

Mulher negra de periferia. “Urbanóide de Quilombo-Cosmospólita”, como costuma se definir. É isso que fica evidente no repertório que a brasiliense Ellen Oléria escolheu para o novo disco que sai pela Universal Music. Ellen demonstrou determinação: das 12 faixas, cinco são de sua autoria – o funk-soul Linhas de nazca, o groove Geminiana, a bucólica Córrego Rico, a balada Não Lugar e o suingue Testando. De Milton Nascimento, chamado por ela de "O Imperador da Música Brasileira", estão duas canções em parceria com Fernando Brant, Maria Maria, de 1976 (que ela recriou com sua voz no programa The Voice, levando a plateia ao delírio), e Aqui é o país do futebol, de 1970.

Também para relembrar um momento especial de sua participação no programa da TV Globo, Ellen gravou Anunciação, 1983, de Alceu Valença. Do mestre Jorge Bem Jor está Zumbi, de 1974. E fechando o passeio por alguns clássicos da música popular brasileira, Oléria apresenta Nuvem passageira, 1976, de Hermes Aquino. No show, Ellen Oléria estará acompanhada de Pedro Martins (guitarra e violão), Sandro Jardão (baixo), Célio Maciel (bateria), Felipe Viegas (teclado) e Leo Barbosa (percussão).

TOM ZÉ

Prêmio Multicultural do Estadão, categoria Criadores, por seu trabalho inventivo, enraizado na cultura brasileira, em seu povo, e em sua extrema radicalidade musical. GRANDE PRÊMIO DA CRÍTICA conferido pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Prêmio de Criatividade pelo Festival Composer to Composer (EUA), que reúne anualmente a nata dos compositores da vanguarda internacional. Artista Prime, “Bravo!” Prêmio Shell 2007, pelo conjunto da obra. Estas são apenas algumas das distinções que marcam a carreira do cantor e compositor baiano Tom Zé, principal atração do show de julho do projeto TODOS OS SONS – DOMINGO CCBB. Tom Zé já foi tema de filme – Fabricando Tom Zé, de Decio Matos Jr, melhor documentário na Mostra de São Paulo e Festival Internacional do Rio de Janeiro -, de livro (Tropicalista Lenta Luta, autobiografia) e mereceu do grande compositor alemão Koellreuter as palavras: “Tom Zé funde todas as correntes musicais e com t al emoção (…) ele faz o que a música ainda virá a ser”.

Tô te explicando pra te confundir/Tô te confundindo pra te esclarecer… As letras de TOM ZÉ, influenciadas pela poesia concreta, privilegiam o essencial e, algumas, a síntese. Seus arranjos originais e a riqueza rítmica de suas composições o transformaram num dos mais irônicos e irreverentes criadores do Brasil. Ampliando os limites da canção popular, expressa a um só tempo rudimentaridade e alta tecnologia, realidade virtual e sonoridade naif. Une o pop à música experimental.

Tom Zé fará em Brasília o lançamento de seu mais recente CD, Tropicália Lixo Lógico. Durante entrevista concedida ao Programa do Jô, na primeira semana de junho, o artista batizou o show do CCBB de Céu Aberto. Quer cantar para o público e para o céu de Brasília. As letras e inovações musicais do artista estão presentes em cada canção. Como disse o maestro Júlio Medaglia, é “o compositor mais criativo do momento, uma enxurrada de ideias”.

SERVIÇO

Dia 28 de julho

Horário: a partir das 17h

Entrada franca