BA: Governo pretende ampliar o serviço de aborto legal em 2014

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que, até o fim de 2014, vai ampliar o número de unidades autorizadas a realizar o aborto legal no estado. Somente o Instituto de Perinatalogia da Bahia (Iperba), em Salvador, e o Hospital Municipal Esaú Matos, em Vitória da Conquista, fazem o procedimento, atualmente.

A ideia é que o número de unidades autorizadas chegue a cinco até o prazo estipulado. Assim, também passariam a oferecer o serviço o Hospital Geral João Batista Caribé e as maternidades Tsylla Balbino e Albert Sabin, todas localizadas na capital baiana.

Segundo a superintendente de Atenção Integral à Saúde da Sesab, Gisélia Santana, o aborto legal é realizado em mulheres vítimas de estupro e naquelas com gestação de bebê anencéfalo. Para ela, a realização do procedimento em mais três unidades no Estado é de grande importância, já que o aborto em condições perigosas é a segunda principal causa de mortalidade materna em Salvador. “Precisamos criar condições para que as mulheres realizem um aborto seguro e não recorram a situações de risco. Isso é uma questão de saúde pública é precisa ser tratada com igual seriedade.”

De acordo com a coordenadora do Serviço Social do Iperba, Ana Oliveira, em entrevista ao jornal A Tarde, a concentração dos postos autorizados em Salvador gera uma grande dificuldade para as pessoas que vivem no interior. Mas, para ela, isso se justifica pelo desafio que ainda é para o procedimento chegar ao interior.

A coordenadora do Cuidado por Ciclo de Vida e Gênero da Sesab, Olga Sampaio, explicou que há a sinalização do interesse de prefeitos de alguns municípios na implantação do serviço, mas que as iniciativas esbarram em barreiras religiosas e ideológicas. É isso que, segundo ela, dificulta a sensibilização pela causa.

O problema, explica Ana, faz com que as mulheres residentes em municípios interioranos ultrapassem a idade gestacional para realizar o procedimento, que é até a 20ª semana. Das 33 mulheres atendidas no Iperba em 2012, oito não puderam fazer o aborto porque passaram do prazo permitido.

De Salvador,
Erikson Walla
*Com Jornal A Tarde