Drones dos EUA matam quatro pessoas no Iêmen nesta quinta

Uma aeronave não tripulada (drone) dos Estados Unidos matou quatro pessoas nesta quinta-feira (1º/8), no Iêmen, de acordo com fontes oficiais do país. É o terceiro ataque realizado com drones em cinco dias, enquanto o presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, prepara-se para encontrar-se com o estadunidense, Barack Obama, na Casa Branca.

Iêmen e EUA - AFP / Paul J. Richards

A campanha conjunta no Iêmen e dos Estados Unidos contra o grupo Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês) estava prevista para ser o topo da agenda entre os dois presidentes, nesta quinta.

O ultimo ataque a drone aconteceu na província de Hadramawt, no sudeste do país, onde militantes AQAP realizaram uma série de ataques contra membros do Exército, de acordo com um oficial da segurança iemenita, em declarações à agência de notícias AFP.

A aeronave não tripulada “lançou ataques contra um veículo da Al-Qaeda na área de Wadi Ser, destruindo-o e matando quatro militantes”, disse o oficial, em condição de anonimato. Foi o terceiro ataque mortal de drones em cinco dias no Iêmen.

Na quinta, um drone estadunidense matou três militantes “suspeitos” na província de Shabwa, ao sul. No sábado passado, um drone matou outros seis “suspeitos” de serem militantes, nas montanhas de Mahfad.

Os Estados Unidos, único país a operar drones na região, aumentou significativamente o seu uso contra “alvos suspeitos” da Al-Qaeda no Iêmen nos últimos dois dias, apesar da condenação internacional contra o recurso, que além de intensificarem uma assimetria extrema entre os combatentes, causam efeitos devastadores e a morte de inúmeros civis, em assassinatos nem tão “seletivos” assim (do termo em inglês, “targeted killings”, propagado como justificativa para o emprego dos drones).

Os ataques de drones estadunidenses quase triplicou em 2012, em comparação com 2011, de 18 para 53 eventos, de acordo com a Fundação Nova América, um centro de estudos baseado em Washington.

Críticos dos ataques com drones dos EUA denunciaram o impacto que essa medida tem tido contra os civis iemenitas, que têm morrido ou visto suas residências destruídas. Os Estados Unidos conta qualquer homem em idade militar morto pelos ataques como “militantes”, independentemente do seu envolvimento com Al-Qaeda.

A AQAP beneficiou-se da vulnerabilidade do governo central do Iêmen durante um levante contra o presidente deposto, Ali Abdullah Saleh, em 2011, para tomar largas porções de território em todo o sul e leste do país.

Washington tem dado um apoio considerável ao sucessor de Saleh, o atual presidente Hadi, para reafirmar o controle do governo central.

Diversos “militantes jihadistas”, ou suspeitos de sê-lo, do Iêmen, estão detidos na prisão ilegal mantida pelos Estados Unidos na base militar de Guantânamo, em Cuba.

Com informações do Al-Akhbar,
Da redação do Vermelho