Termina o 12º ciclo de diálogo entre Farc e governo colombiano

Chega ao fim o 12º ciclo de conversações de paz entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP). No último sábado (10), as delegações reunidas em Havana (Cuba) anunciaram o início da “construção de acordos” sobre a participação política da guerrilha, segundo ponto da agenda geral de negociações.

"Nunca chegamos tão longe", declarou à imprensa o chefe da equipe negociadora do governo colombiano, o ex-vice-presidente Humberto de la Calle, durante o fechamento do 12º ciclo das conversas.

Em comunicado conjunto, as afirmam estar em processo de construção dos "direitos e garantias para o exercício da oposição política em geral, e em particular para os novos movimentos que surjam depois da assinatura do Acordo Final".

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De la Calle afirmou que não se trata apenas de “dar garantias” ao grupo e reforçou que todos os temas têm "direta relação com o fim do conflito".

"Discutimos a participação política porque esperamos que, a partir da assinatura do acordo deixem suas armas e se incorporem à democracia", declarou o representante do governo.
Durante o processo de negociação, as partes alcançaram um acordo sobre desenvolvimento rural integral, primeiro ponto da agenda do diálogo iniciado em novembro do ano passado.

Segundo disse De la Calle, as recentes conquistas sobre participação política devem “revigorar a democracia da Colômbia no contexto regional”. "Passo a passo estamos dando uma oportunidade à paz", afirmou ele.

As Farc-EP consideraram a existência de "avanços significativos" para um acordo sobre participação política, ponto no qual apresentaram ao governo dez propostas mínimas.

Rodrigo Granda, membro da delegação de paz por parte do grupo guerrilheiro, afirmou que entre as garantias que as Farc exigem para incorporar-se à vida política em primeiro lugar está "que não matem as pessoas" porque "na Colômbia não se pode fazer oposição política aberta".

Granda disse em coletiva de imprensa que é necessário estabelecer "questões que permitam" uma reforma política e eleitoral.

A próxima rodada de conversas deve começar em Havana no dia 19 de agosto.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias