Paraguai: Nomeação de gabinete presidencial provoca protestos

A designação de um Conselho de Ministros com corte tecnocrata e com ausência de dirigentes do Partido Colorado, do qual foi candidato presidencial, começou a provocar protestos contra Horacio Cartes de dentro do próprio partido e de seus aliados liberais.

O senador Miguel Abdon Saguier, presidente do Partido Liberal, disse claramente que um gabinete com alto perfil técnico não é sinônimo de um bom gerenciamento e assinalou experiências anteriores nesse sentido que não foram satisfatórias.

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Apontou que a administração do Estado requer, fundamentalmente, decisões políticas sobre a base de estudos de especialistas, "mas espero que não fracasse", sublinhou.

Por sua vez, o desgosto dos dirigentes colorados centrou-se na designação de Francisco de Vargas como ministro do Interior e na de James Spalding, nomeado à frente da administração paraguaia da hidroelétrica Itaipú, compartilhada com o Brasil.

Vargas ocupou até agora o cargo de ministro da Secretaria Antidrogas e é de militância liberal, mas os colorados reclamavam para esse cargo um dirigente ou militante de seu partido.

O senador Luis Alberto Castiglioni, nada menos que líder da bancada colorada no Senado, declarou que as seções de dita entidade política se encontram desapontadas pela nomeação de Vargas e também pelo caso de Spalding.

Com relação a Vargas, a oposição propôs que um liberal e membro do governo de Federico Franco seja quem se ocupe da pasta de segurança no país, levando em conta o fracasso do governo em fim de mandato a respeito.

Para acalmar as turbulentas águas, em declarações, a presidenta do Partido Colorado, Lilian Samaniego, reiterou o apoio às decisões tomadas por Cartes e ratificou a esperança de um sucesso em seu governo.

Fonte: Prensa Latina