Ato nesta quarta debate os 40 anos do golpe do Chile

Nesta quarta-feira (4), comemora-se 43 anos desde que Salvador Allende chegou à presidência do Chile. Para prestigiar a data, as secretarias de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e do Partido dos Trabalhadores (PT) realizarão um debate com a presença do sociólogo Emir Sader sobre a experiência da Unidade Popular chilena. O evento será realizado na sede do PT nacional, em São Paulo, às 19 horas.

Por Vanessa Silva, do Portal Vermelho

Participarão do debate a respeito desta experiência o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, e o dirigente do PT, Valter Pomar

Durante a atividade serão exibidas cenas do filme “A Batalha do Chile”. Rodada no calor dos acontecimentos no país, a película narra a história da ascensão e queda de Allende. Participarão do debate a respeito desta experiência o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, e o dirigente do PT, Valter Pomar.

Em entrevista ao Portal Vermelho, Alemão Abreu ressaltou a importância do evento para que se entenda “o pioneirismo que foi esta experiência do povo chileno. Eles chegaram ao governo, mas não conquistaram o poder plenamente”, pontuou. “Esta experiência é precursora, em certa medida, das que surgiram na América Latina a partir da década de 1990. Por isso é interessante analisa-la para entender a estratégia que os comunistas e a esquerda tinha nos anos 1970 e comparar com as que são usadas hoje para tirar conclusões sobre a acumulação de forças na região”.

O golpe de Estado perpetrado contra Allende em 11 de setembro de 1973 paralisou uma das experiências mais interessantes vivenciadas na América Latina em termos de poder popular. Alemão lembra que a estratégia desenvolvida no Chile, de chegar ao poder por meio de eleições, foi pioneira “porque foi diferente da insurreição armada que era a tática dominante. Uma herança importante para nós é a conjugação da luta de massas, mobilizações populares com atuação parlamentar e eleitoral”, pontua.

Outro ponto importante que o secretário destaca como importante para os dias atuais é a diferença enfatizada pelo ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez que, ao comparar as experiências entre ambos os países ressaltava que “a revolução bolivariana seria pacífica, mas armada”. O caso é constantemente debatido uma vez que Allende preferiu não armar o povo para “evitar um derramamento de sangue no país”. O ex-presidente morreu dentro no Palácio de la Moneda, que foi bombardeado pelas Forças Armadas Chilenas. A rapidez da ação não permitiu que o povo tivesse tempo de reagir e a partir deste momento, instaura-se no país uma das mais sanguinárias ditaduras que o continente já conheceu.

Contraofensiva da direita

“Há claramente uma contraofensiva da direita contra experiências democráticas na América Latina. Mas, apesar do golpe em Honduras e do golpe parlamentar no Paraguai, ainda prevalece na região a tendência progressista”, observa Alemão ao pontuar que o “golpe do Chile foi o momento da contraofensiva da direita chilena que derrotou a experiência popular de Allende”.

“Hoje temos outra correlação de forças, temos como enfrentar esta contraofensiva e ter êxito nos países em que a esquerda participa dos governos. Mas é uma luta em aberto. É preciso ver como vai se desenvolver a Aliança do Pacífico, se ela vai conseguir, ou não fragmentar a aliança integracionista que está em curso e que dependerá do resultado das eleições de setembro no Chile, e na Argentina e no Brasil nos próximos anos”.

Serviço:
Os 40 anos do golpe do Chile
Local: Sede do PT Nacional – Rua Silveira Martins, 132, Centro, São Paulo. Próximo à estação Sé do metrô.
Horário: 19 horas.