Grupo do Brics pede que se coloque um fim à política anticrise

Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul instaram nesta quinta-feira (5) os países ricos, em particular os Estados Unidos, a colocarem um fim a sua política monetária anticrise, horas antes do início da Cúpula do G-20.

Para os presidentes destas cinco nações, que integram o assim chamado grupo Brics, a normalização dessas estratégias devem ser ponderada de forma efetiva, cuidadosa e claramente comunicada, segundo texto divulgado pelo Ministério da Fazenda do Brasil, ao término do encontro.

O Brics, que anteriormente se reuniu para delinear uma posição comum, considera que o fim iminente dos estímulos da política monetária do FED, o Banco Central dos EUA, repercutem de forma muito negativa nos países emergentes.

De acordo com especialistas da agência de pesquisa IHS Global Insight, US$ 44 bilhões abandonaram os mercados flutuáveis em três meses, um movimento que parece estar apenas no seu início.

Os especialistas indicaram que as moedas mais afetadas com a fuga de capitais, diante da expectativa de que os Estados Unidos elevem sua taxa de juros, são a rúpia indiana, que perdeu 20% de seu valor neste ano, o real brasileiro, que perdeu 15% e o rublo russo, que desvalorizou cerca de 10%.

Em julho passado, a diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, pediu às nações emergentes que preparem suas economias para que sejam menos dependentes dos fluxos de capital internacionais, ao mesmo tempo que o organismo advertia recentemente sobre "os ajustes desordenados".

Por sua vez, o presidente russo Vladímir Pútin, advertiu nesta quinta, na sessão inaugural da cúpula dos G-20, do risco de uma nova crise econômica, apesar da melhoria nos mercados financeiros.

Durante seu discurso de abertura, assegurou que ainda não se conseguiu cumprir com a principal tarefa: devolver a economia a um crescimento sustentado e equilibrado, pelo que estão mantidas as condições para uma recaída grave na crise.

Pútin pediu também que o tema da crise na Síria seja abordado, ante a possibilidade de um ataque dos Estados Unidos a esse país árabe.

O presidente também se referiu à situação da Eurozona, com a continuidade da recessão econômica, daí "a estimulação do crescimento econômico e a criação de postos de trabalho sejam as chaves da presidência russa do G-20", destacou.

Durante seu encontro, os líderes do Brics abordaram também a criação de um fundo de reserva comum, que contará com US$ 100 bilhões para proteger-se da volatilidade dos mercados de câmbio.

Fonte: Prensa Latina