Rússia intensifica esforços para impedir agressão à Síria

 A chancelaria russa destaca nesta quinta-feira (5) em seu boletim eletrônico divulgado na Internet um informe elaborado por especialistas em armas químicas baseado em amostras provenientes de Khan al Asal, próximo de Alepo, Síria, onde um ataque químico de opositores matou 26 pessoas.

O ataque com arsenais proibidos por convenções internacionais ocorreu em 19 de março último e provocou lesões em outras 86 pessoas, afirma o texto.

A fonte esclarece que este informe é divulgado diante dos múltiplos vazamentos de materiais no Ocidente, os quais imputam o uso de substâncias tóxicas ao governo do presidente Bashar al-Assad para justificar uma agressão armada.

O informe de 100 páginas foi entregue em julho ao secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, com provas de que o foguete disparado em Khan al Asal era de fabricação caseira, similar aos que integrantes da brigada opositora Bashair al Nasr montam no norte da Síria.

A nota do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia conclui manifestando contentamento diante do anúncio de que inspetores da ONU regressarão brevemente à Síria para continuar as investigações e dedicarão atenção ao sucedido em Khan al Asal.

Além dos esforços diplomáticos, uma demonstração da vontade russa de impedir a iminente agressão contra a Síria é o fortalecimento da sua frota naval no Mediterrâneo, à qual se somará em meados de setembro o cruzador lançador de mísseis Moskva.

Fontes da Marinha informaram que esta nave denominada pela imprensa especializada de "assassina de porta-aviões" suspendeu na véspera uma visita planejada a Cabo Verde e tomou o caminho na direção do país árabe.

O ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, e outros integrantes da liderança russa reiteraram que Moscou não entrará em combate contra ninguém se ocorrer uma agressão à Síria.

Contudo, os esforços políticos e militares demonstram a vontade do Kremlin de evitar um conflito que segundo o cientista político russo Leonid Savin tem como objetivo estratégico impor a Moscou e à China a hegemonia de Washington e seus aliados.

Prensa Latina