Walid Muallen, chanceler sírio: "EUA apoiam terroristas"

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, fez um alerta sobre os perigos de uma agressão dos EUA ao seu país, e falou da realidade de uma expansão do conflito na região do Oriente Médio, nesta segunda-feira (9). 

"Se o objetivo da agressão contra a Síria for o enfraquecimento do Exército governamental no interesse da Al-Qaeda, então, temos todo o direito de perguntar: qual é o verdadeiro interesse dos EUA que pretendem liberar agressão ao lado do Jabhat al-Nusra", disse o chanceler sírio em uma coletiva de imprensa após uma reunião com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov.

Muallen questionou também os "interesses verdadeiros do governo estadunidense”. A Síria acredita que a possível intervenção militar dos EUA visa ajudar os terroristas que operam no país, e “um ataque com mísseis reforçará as posições dos militantes”, declarou.

Segundo ele, o presidente norte-americano, Barack Obama, não governa pelos interesses do povo dos Estados Unidos. Também na opinião do ministro, as possibilidades diplomáticas para um acordo sobre o conflito não se esgotaram.

Muallen reiterou ainda a disposição de damasco de participar da conferência internacional Genebra-2. Ele argumentou que a Síria aposta pelas decisões políticas e pela cooperação da Rússia. “A alternativa política é a única resolução, mas se há uma agressão, nossa posição irá mudar”, advertiu o chefe da diplomacia síria.

Vítimas

O ministro da Síria recordou que as primeiras vítimas de uma intervenção militar estrangeira, alentada por Washington e com o apoio de mais de uma dezena de aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), serão as mulheres e as crianças e toda a população civil da Síria.

Ajuda russa

Muallen afirmou que as autoridades russas, em especial o presidente Vladimir Putin, fazem o máximo esforço para reverter uma provável agressão. “Valorizamos a posição do presidente Putin em relação à Síria”, disse.

Por sua vez, o chanceler russo, Serguei Lavrov, declarou para a imprensa que concorda com o retorno imediato dos inspetores da ONU à Damasco para que concluam as investigações em torno do uso de armas químicas. Lavrov confessou que existem suspeitas de intentos para obstruir a volta dos especialistas, tal como anunciou o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon.

Ele reiterou ainda que o suposto ataque é uma situação provocada pelos grupos armados opositores. O ministro das Relações Exteriores da Rússia invocou os argumentos de especialistas internacionais, e até mesmo provas de vídeo, que confirmam o uso de agentes químicos por combatentes irregulares.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina