Questões latino-americanas dominam discussões paralelas na ONU

Alguns presidentes da América Latina iniciaram no domingo (22) suas agendas em Nova York, onde acontecerá a 68ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Dentre os temas a serem discutidos pelos líderes da região na terça-feira (24), estão os problemas com o narcotráfico, os limites territoriais, a espionagem global e o desenvolvimento. 

Bandeiras latino-americanas

Os mandatários da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Panamá, Ricardo Martinelli, e do Paraguai, Horácio Cartes, já se encontram em Nova York, onde participam de vários compromissos na véspera do encontro da ONU.

Martinelli se reuniu com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para uma conversa sobre os progressos do Panamá na execução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), sobre segurança e temas indígenas. O cumprimento dos ODM será tema de vários discursos dos mandatários latino-americanos e de alguns encontros bilaterais previstos com o secretário-geral.

Leia também: 
Santos e Mujica se reúnem para falar sobre processos de paz
Dilma chega aos EUA para participar da Assembleia Geral da ONU

Neste sentido, o presidente do Peru, Ollanta Humala, irá participar da abertura do foro “Êxito dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: Aceleração das medidas e colaborações para conseguir resultados”, por meio do qual se busca estabelecer medidas para que estes se cumpram em todos os países. De acordo com o último informe sobre os ODM, o Peru cumpriu os objetivos de diminuição da pobreza e da mortalidade infantil antes do tempo previsto.

Ban Ki-moon também se encontrou com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, neste domingo. Ele agradeceu ao mandatário a contribuição que o país está fazendo à missão da ONU no Haiti, com trabalhos humanitários.

Questões territoriais

Panamá, Colômbia e Costa Rica devem apresentar ao secretário-geral uma carta com propostas a respeito das aspirações expansionistas da Nicarágua no Caribe.

Recentemente, a Nicarágua apresentou um processo contra a Colômbia na Corte Internacional de Justiça (CJI) em Haia, solicitando que o tribunal definisse “o local exato” da fronteira marítima entre os países. O litígio pela fronteira marítima entre os países foi julgado em 19 de novembro do ano passado.

A CIJ determinou que a Colômbia mantivesse a parte terrestre do território, com os arquipélagos de San Andrés e Providencia, mas que cedesse cerca de 100 mil quilômetros quadrados – estimados 10,7% do território marítimo, para a Nicarágua. No começo de setembro, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que não acatará a decisão.

Espionagem

A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, chegou nesta segunda-feira (23) a Nova York e deve abrir os debates da Assembleia Geral apresentando a necessidade de se adotar medidas globais para impedir a espionagem cibernética, segundo informou a agência EFE.

O evento ocorre uma semana depois do anúncio da decisão de Dilma de cancelar a viagem oficial que faria a Washington, em outubro, para reuniões com o presidente norte-americano, Barack Obama, por conta do mal-estar gerado com as denúncias de que a NSA, agência de segurança norte-americana, espionou seus assessores e também a Petrobras.

Diálogos de paz

José Mujica, presidente do Uruguai, e Juan Manuel Santos devem discutir o processo de paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e uma possível abertura de diálogo com o Exército de Liberação Nacional (ELN).

Presenças não confirmadas

Os chefes de Estado de Cuba, Raúl Castro, da Nicarágua, Daniel Ortega, e da Bolívia, Evo Morales, não devem comparecer ao encontro da ONU. A presença de Nicolás Maduro, da Venezuela, também não foi confirmada por conta do incidente com os EUA, quando seu avião foi proibido de sobrevoar a região de Porto Rico.

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias