Estadunidenses avaliam Putin melhor que Obama na crise Síria

Uma alta porcentagem de estadunidenses qualifica melhor o presidente russo, Vladimir Putin, do que o seu próprio presidente, Barack Obama, por gerir uma saída pacífica ao tema das armas químicas na Síria, segundo resultados de uma pesquisa de opinião da organização YouGov, divulgados nesta semana.

Obama e Putin - Cimeira G8 - Kevin Lamarque / Reuters

A organização YouGov recolheu opiniões de mil pessoas, de 21 a 23 de setembro. De acordo com a pesquisa, 49% dos entrevistados considera o governante euroasiático o líder mundial mais eficiente durante a crise originada pelo uso de armamentos químicos no subúrbio de Damasco, em 21 de agosto.

Obama recebeu apenas 25% de apoio nesta pergunta e 56% de desaprovação para a sua política geral relativa à Síria.

Mais importante, 58% dos entrevistados se opõem à intervenção militar que o presidente estadunidense defende, junto com os líderes da França, do Reino Unido e da Espanha, para assegurar o cumprimento do plano de desarmamento químico do país árabe. Apenas 26% apoia o uso da força.

Washington e seus aliados ocidentais insistem na retórica de ameaça e acusam o governo sírio de empregar armas químicas contra civis na região de Ghouta, ignorando o papel dos grupos armados, mas a Rússia afirmou ter evidências do uso desses recursos pelos opositores do governo.

O ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse ao jornal The Washington Post que as provas incluem os testemunhos de várias freiras e de jornalistas que se dirigiram à região para conversar com os insurgentes.

A equipe de peritos enviada pela Organização das Nações Unidas (ONU) dirige-se a sete localidades da Síria para investigar outros eventos em que o governo acusa os grupos armados de usar armas químicas desde o começo deste ano. São 14 denúncias feitas ainda antes do evento de 21 de agosto, que só agora serão investigadas, de acordo com o líder da equipe, o cientista sueco Ake Sellström.

Segundo o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, os especialistas já realizaram diversas entrevistas, receberam provas e documentos, e devem terminar a investigação na próxima segunda-feira (30), para entregar o relatório no final de outubro.

A missão já apresentou um relatório inicial neste mês, com a confirmação do emprego de gás sarin (que ataca o sistema nervoso) em Ghouta, embora não tenha definido os responsáveis.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU concordaram com o texto de uma resolução que exige a Damasco a entrega das suas armas químicas, mas não faz menção ao uso da força, conforme havia garantido a Rússia.

Se a Síria não cumprir com o plano, nos termos descritos esse organismo se reunirá para aprovar uma segunda resolução que imponha medidas de execução. O texto, entretanto, não culpa Damasco pelo ataque, como queriam fazer os EUA, a França e o Reino Unido.

Com informações da Prensa Latina